Por que o centrão ainda está nessa barca furada?

Por Luiz Philippe de Orléans e Bragança

À parte as razões que fazem o Centrão continuar apoiando esse governo falido, posso pensar, no mínimo, em três razões para todos pularem fora. A primeira, é a falta de base da Esquerda, evidente depois da derrota nas eleições de 2022 e 2024, o que a deixou sem base em estados e municípios. Sem prefeitos e vereadores como cabos eleitorais, será muito difícil obter vitória para seus candidatos em 2026.

Centrão: o dono da bola

O dono da bola agora é o Centro, com cerca de 80% do fundo eleitoral e muito tempo de televisão.  Partidos como União, PP, Republicanos, MDB e PSD deverão ter um poder de comando das eleições várias vezes superior aos partidos de Esquerda e Direita.

A Direita também formou uma boa base de prefeitos e vereadores, com partidos como PL e Novo, aumentou para um número expressivo seus prefeitos e vereadores. Uma composição da Direita com o Centro seria imbatível.

Efeito Trump

O  segundo motivo é a vitória avassaladora de Donald Trump e a ascensão de partidos de Direita nos parlamentos no mundo. A narrativa de “luta pela igualdade social”,  “diversidade cultural”, “mais estatais”, “agenda ambiental” já não cola mais.

Com maioria conservadora, Donald Trump está determinado a agir contra a Esquerda e quem está vinculado ao esquema da USAID com o governo e ONGs de esquerda. Serão incluídos agentes do Judiciário, partidos e políticos alinhados ao governo.

Diante do risco de ameaças individuais, não será surpresa que membros do Centrão cortem ligação com o atual governo e mesmo abandonem alguns ministérios.

Movidos a dinheiro

O terceiro ponto certamente é o mais decisivo para que o Centrão deixe o barco do governo: Dinheiro. O Centrão é movido a dinheiro, sem ideologia ou visão de país, e está faltando verba para emendas parlamentares e outros orçamentos que alimentam estados e prefeituras que o Centrão detém.

O Poder Executivo Federal está arrecadando muito, e gastando mais ainda e por isso será  forçado a enxugar gastos,  com menos recursos para comprar base política. Provavelmente o Centrão ficará até o último momento. Se o governo deixar de pagar, saem. Se ganhar algum fôlego daqui até 2026, alguns partidos do Centrão ficam. É importante diante desse contexto fazer uma reforma profunda nas nossas instituições e ter um estado de direito de verdade, para que, no futuro, a tirania que temos hoje não volte jamais..

Luiz Philippe de Orleans e Bragança – Deputado Federal (PL-SP)

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