Quanto vale uma vida?
Algumas ações, especialmente na área jurídica, indicam que se deve calcular a estimativa de vida da pessoa, definir quanto tempo ela ainda viveria e multiplicar esses anos pelo valor do salário atual dela, somar as prováveis correções e chegar ao valor, geralmente calculado para indenizações ou algo do gênero.
Mais ou menos isso! Seria simples assim?
Hoje em dia a vida depreciou, perdeu valor. As pessoas estão adoecendo de tanto refletir sobre as questões que levaram ao seu nascimento e primeira infância e, posteriormente, na possibilidade da morte, fim de todos nós.
Será que é nisso que devemos nos concentrar?
Será que essa é a principal preocupação da vida?
Eu sou do tempo em que se trabalhava no jornal ou na rádio e as famílias procuravam os veículos de imprensa – geralmente um parente em segundo grau – para informar o falecimento de uma pessoa e divulgar aos possíveis interessados.
Hoje não!
Atualmente se busca, arduamente e o mais breve possível, os dados do falecido e, todos veículos e redes, se apressam em informar quem morreu e do que morreu, muitas vezes sem se importar com o desejo da família e, quase sempre, sem a autorização para a devida “nota de falecimento”. Ainda mais agora, em tempos de pandemia, onde as mortes “pipocam” em nossa frente o tempo todo.
Mas seria só mesmo pelo “prazer” de informar?
Se é pelo simples prazer de informar, porque será que o foco está apenas nos que morrem e não nos que vivem?
O Brasil, hoje, soma mais de 300 mil mortes e, ao mesmo tempo, soma mais de 11 milhões de sobreviventes dessa verdadeira tragédia. São quase 12 milhões de lindas histórias de luta e de vida e, raramente, se vê a narrativa delas em algum lugar. Por que? A quem interessa?
Será que isso não “vende” jornais/revistas ou patrocínios para rádios/sites e TVs?
Hoje, o que menos importa é a dor da família. É a pura exposição da vida de quem morreu ou do sofrimento de quem perdeu uma pessoa querida pelo simples fim da vida, mas hoje tudo entra na conta de uma doença terrível.
Como se não bastasse isso, ainda tem a politização da vida. Ou seria a politização da morte???
Para cada um que falece, muitos, mas especialmente a mídia busca um culpado! Para que?
Ou é culpa do prefeito, ou do governador ou ainda, como tem sido mais cômodo e interessante afirmar, do presidente. As mortes que acontecem no Brasil, estão acontecendo em todo o mundo. Se trata de uma pandemia! Uma tragédia que tem dizimado famílias, amizades, empresas e pessoas.
Recentemente o presidente do Brasil reuniu-se com os presidentes do Senado, da Câmara e até do STF, além de representantes de governadores para, juntos buscarem soluções para o triste quadro que o mundo e nós, nos encontramos. Mas a grande mídia não quer fazer parte disso e afirmou ser uma atitude tardia. A grande mídia continua com os caixões, covas e milhares de notas de falecimentos e, em busca de culpados.
Não é o momento de encontrar culpados, mas de cuidar de quem sobrevive! De cuidar das pessoas e de unir esforços e recursos para enfrentar esse grande problema e trata-lo, urgentemente.
Triste fim terá os que somam esforços na politização da morte! Sim, triste será o fim daqueles que se valeram da pandemia para tirar proveito político e mesmo financeiro.
Não se trata nunca de politizar mortes!
Agora, principalmente, se trata sim de valorizar a vida! Uma celebração que recebemos e devemos sorver cada segundo da melhor forma possível, pensando no nosso bem estar, no bem estar dos que amamos e no cuidado com todos no local onde estamos inseridos.
“Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser”
(Já dizia Gonzaguinha em “O que é o que é?” – no doce ano de 1982 – em Caminhos do Coração)
Isso é viver e não ter a “vergonha” de ser feliz!
Prof. Valter Luís Fortuna Xavier Guerra Casado com a Assistente Social Simone Guerra Fortuna Xavier Efetivo na rede estadual paulista e na rede municipal Especializado em Didática e Defesa Civil Pós-Graduado em Metodologia e Gestão Pública Mestre de Cerimônias e Locutor Repórter e Redator com atuação nos seguintes veículos de imprensa: Gazeta de Assis, Movimento Oásis, Rádio Antena Jovem, Gazeta de Assis, Regional Notícias, Radiativa e Folha da Estância. Assessor de Comunicação Municipal de 2008 a 2016.