Apagão em Cuba deixa 3,5 milhões de pessoas sem luz

Um grande apagão atingiu o oeste de Cuba na quarta-feira (3), afetando cerca de 3,5 milhões de pessoas, o que representa um terço da população do país. A capital Havana, com cerca de dois milhões de habitantes, também foi afetada. De acordo com o Ministério de Energia e Minas (Minem), a falha no Sistema Elétrico Nacional (SEN) ocorreu por volta das 5h (horário local, 6h de Brasília) e afeta quatro províncias: Pinar del Río, Artemisa, Mayabeque e Havana.

A desconexão se deu devido a uma avaria em uma linha de transmissão entre as centrais termelétricas Che Guevara (Santa Cruz del Norte) e Antonio Guiteras (Matanzas). “Esta falha provocou a sobrecarga da outra linha e dividiu o sistema nesse ponto. A zona oeste ficou sem serviço elétrico. O restante do sistema se mantém operando com estabilidade”, afirmou o diretor-geral de Eletricidade do Minem, Lázaro Guerra.

Devido a esta avaria, a termelétrica de Santa Cruz e a de Mariel, ambas no terço afetado, tiveram que parar. Além disso, outras duas centrais termelétricas no centro e no leste do país, Felton (Holguín) e Céspedes (Cienfuegos), foram desconectadas do SEN, mas Guerra alegou que já estão em “processo de religamento”. Isso significa que a avaria paralisou a geração de quatro das sete centrais termelétricas do país.

As três centrais que permaneceram operacionais são Guiteras, Renté (Santiago de Cuba) e 10 de Outubro (Nuevitas). O ditador cubano, Miguel Díaz-Canel, disse nas redes que os funcionários do Minem “não descansam” e vinculou esta nova falha do SEN ao “bloqueio”, em referência às sanções americanas, e ao furacão Melissa, que afetou o leste cubano há um mês.

Este apagão ocorre após vários dias com taxas recordes de déficit de geração, que já estavam provocando prolongados apagões diários. Na última segunda-feira (1º), foi registrado o corte elétrico mais extenso informado desde que há relatórios diários, com mais de 60% do país sem luz de forma simultânea. Cuba sofre uma profunda crise energética desde meados de 2024 devido às frequentes avarias de suas obsoletas centrais termelétricas e à falta de divisas do país para adquirir o combustível necessário para suas unidades de geração a óleo combustível e diesel.

No último ano, o SEN sofreu cinco colapsos totais — em alguns deles, o restabelecimento demorou dias para ser alcançado — e vários parciais.

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