Julian Assange, fundador do site de whistleblowing WikiLeaks, apresentou uma denúncia formal na Suécia contra integrantes da Fundação Nobel, alegando irregularidades na entrega do Prêmio Nobel da Paz à líder oposicionista venezuelana María Corina Machado.
De acordo com um comunicado do WikiLeaks, Assange afirmou que 30 pessoas ligadas à Fundação Nobel, incluindo a presidente da fundação, Astrid Söderbergh Widding, e a diretora-executiva, Hanna Stjärne, transformaram “um instrumento de paz em um instrumento de guerra”. O fundador do WikiLeaks alega que a premiação de 2025 para Machado constitui apropriação indébita e facilitação de crimes de guerra segundo a lei sueca.
Assange argumentou que Machado continuou a incitar o governo dos EUA a seguir seu caminho de escalada militar, em referência à operação americana contra o narcotráfico no Mar do Caribe, perto da Venezuela, onde ações por terra ocorrerão em breve. “Usando-se de sua posição privilegiada como ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Machado pode muito bem ter inclinado a balança a favor da guerra, facilitada pelos suspeitos nomeados”, afirmou Assange na denúncia.
A Fundação Nobel e María Corina Machado não se pronunciaram ainda sobre as acusações. É importante notar que a premiação do Nobel é definida por um comitê norueguês, mas a Fundação Nobel tem sede em Estocolmo, na Suécia.
A denúncia de Assange é o resultado de uma longa batalha judicial que ele travou no Reino Unido em relação ao vazamento de documentos confidenciais. No ano passado, Assange chegou a um acordo com o Departamento de Justiça dos EUA que permitiu que ele deixasse a prisão de segurança máxima e retornasse à Austrália.
A situação envolvendo Machado e a Fundação Nobel está profundamente ligada à crise política na Venezuela, onde o ditador Nicolás Maduro enfrenta pressões de dentro e de fora do país. A liderança de Machado na oposição venezuelana e a premiação do Nobel da Paz por sua luta pela democracia na Venezuela têm sido foco de atenção internacional.
