A criação do grupo Brasil-Rússia pelo Senado foi um passo importante na intensificação da diplomacia parlamentar entre os dois países. A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou a iniciativa, que visa fortalecer os laços entre os parlamentares brasileiros e seus colegas russos.
A motivação por trás da criação do grupo está relacionada a uma série de “encontros relevantes” entre parlamentares brasileiros e deputados russos apoiadores do ditador Vladimir Putin, que são alvo de sanções dos Estados Unidos, Austrália, Bélgica, Nova Zelândia e Reino Unido. A proposta foi apresentada pelo senador Sérgio Petecão (PSD-AC), que destacou a importância do comércio internacional e a necessidade de estreitar laços entre os países.
No entanto, não todos os senadores estiveram de acordo com a proposta. O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e a senadora Tereza Cristina (PP-MS) votaram contra a criação do grupo, argumentando que a Rússia empreende uma guerra de conquista contra outro país e que o Parlamento russo não é democrático.
A senadora Tereza Cristina também afirmou que a invasão da Ucrânia pela Rússia é uma guerra sem sentido e que o Brasil não deve se envolver em uma situação que atenta contra a ordem internacional. Já o senador Mourão argumentou que a Rússia está violando os princípios e as relações internacionais que regem a Constituição brasileira.
Por outro lado, o senador astronauta Marcos Pontes (PL-SP) votou a favor da criação do grupo, mas destacou que é contrário à compra de óleo diesel russo pelo Brasil. Pontes fez sua missão espacial em uma espaçonave russa antes de ser eleito parlamentar e argumentou que o Brasil tem que trabalhar para que a paz volte a reinar na região.
A criação do grupo Brasil-Rússia é fruto de um esforço de Moscou para aumentar sua influência política sobre o Brasil, especialmente com o objetivo de criar uma visão internacional positiva sobre a invasão da Ucrânia. A Rússia tem tentado difundir propaganda de guerra no Brasil, como o deputado russo Dmitry Kuznetsov fez na segunda edição do Fórum de Valores Tradicionais dos Brics, realizado na Câmara dos Deputados em setembro.
A iniciativa do grupo Brasil-Rússia é um exemplo de como a diplomacia parlamentar pode ser usada para fortalecer os laços entre os países e promover a cooperação. No entanto, é importante lembrar que os parlamentares não têm poder para influenciar a política externa brasileira, que é uma atribuição do Poder Executivo.
A lista de senadores da Comissão de Relações Exteriores que votaram a favor da criação do grupo Brasil-Rússia inclui nomes como Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), Beto Faro (PT-PA), Carlos Portinho (PL-RJ) e Humberto Costa (PT-PE), entre outros.