A Corregedoria da Câmara dos Deputados emitiu um parecer que recomenda a suspensão de três deputados da oposição. A decisão foi tomada após uma análise dos pedidos da Mesa Diretora, liderada por Hugo Motta (Republicanos-PB), em relação à ocupação do plenário e à obstrução da pauta no início de agosto.
O corregedor, deputado Diego Coronel (PSD-BA), propôs a suspensão do mandato de Marcos Pollon (PL-MS) por 90 dias. O parecer da Corregedoria justifica a medida com base na conduta do parlamentar, que incluiu declarações difamatórias contra o presidente da Câmara. Para Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Zé Trovão (PL-SC), a recomendação é de suspensão por 30 dias, devido à obstrução da cadeira da Presidência da Casa.
Van Hattem afirmou não ter sido notificado pela Câmara, mas manifestou “indignação e até mesmo incredulidade” diante da notícia. Ele ressaltou que o ato de protesto dos parlamentares da oposição visava a manifestação pela votação da anistia e pelo fim do foro privilegiado, em resposta à prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL). O protesto no Senado também se manifestou na Mesa da Casa, reivindicando o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Van Hattem declarou que a medida demonstra a perseguição à direita, especialmente quando se trata de pautas como a defesa da anistia humanitária e o fim do foro privilegiado. Segundo ele, a obstrução parlamentar é um instrumento legítimo e coberto pela imunidade. O deputado do Novo promete defender seu mandato nas reuniões do Conselho de Ética e espera a rejeição do parecer e o arquivamento da representação da Mesa Diretora da Câmara.
Ele criticou a ausência de punições a parlamentares de esquerda que, em sua visão, também obstruíram os trabalhos da Casa, em alguns casos com violência, diferente da postura pacífica da oposição. Van Hattem recebeu apoio do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG), que afirmou nas redes sociais que “divergências políticas não podem silenciar vozes no Parlamento”.
Zé Trovão também se manifestou nas redes sociais sobre a possível suspensão, afirmando que “30 dias não é nada” e que continuará a lutar pela liberdade de todos os brasileiros presos injustamente. Além dos três deputados mencionados, o parecer da Corregedoria recomenda censura escrita para os seguintes parlamentares: Allan Garcês (PP-MA), Bia Kicis (PL-DF), Carlos Jordy (PL-RJ), Caroline de Toni (PL-SC), Domingos Sávio (PL-MG), Julia Zanatta (PL-SC), Nikolas Ferreira (PL-MG), Paulo Bilynskyj (PL-SP), Pr. Marco Feliciano (PL-SP), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Zucco (PL-RS).