A CPMI do INSS, liderada pelo senador Carlos Viana, continua a desvendar o complexo esquema de descontos associativos fraudulentos que afeta milhares de trabalhadores brasileiros. Em meio à operação Sem Desconto, a comissão parlamentar mista de inquérito deflagrada pelo senador Carlos Viana pediu a prorrogação dos trabalhos por mais 60 dias para que possa aprofundar as apurações e garantir justiça plena às vítimas.
“Diante da dimensão nacional e da profundidade desse esquema, é absolutamente indispensável a prorrogação da CPMI por mais 60 dias. Somente assim será possível rastrear patrimônio oculto, identificar todos os responsáveis e garantir justiça plena às vítimas”, declarou o senador Carlos Viana. De acordo com o presidente da CPMI, atuar em sintonia com a condução firme e técnica do ministro André Mendonça, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), é fundamental para que a comissão possa realizar sua missão com eficácia.
A Polícia Federal (PF) cumpriu 52 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de prisão, por ordem do ministro André Mendonça, relator do caso no STF. Entre os alvos da operação figuram o senador Weverton Rocha e o ex-chefe de gabinete do parlamentar e agora ex-secretário-executivo do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal. Para o senador Viana, a prisão do número dois da pasta é um sinal de que a CPMI estava correta e evidencia uma realidade alarmante.
De acordo com a PF, Weverton teria se beneficiado dos valores ilícitos provenientes dos descontos associativos fraudulentos, como também teria relações próximas com os integrantes da organização criminosa investigada na Operação Sem Desconto. Já Adroaldo e seu filho estariam envolvidos em movimentações suspeitas. O ex-secretário-executivo estaria em uma planilha de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “careca do INSS”, para recepção de propina de R$ 50 mil.
O filho de Adroaldo, Eduardo Portal, estaria atuando como intermediário nas movimentações suspeitas. A PF chegou a pedir a prisão preventiva de Weverton, mas Mendonça determinou apenas que se realizasse busca e apreensão na casa do senador. Outro integrante do governo afastado foi o diretor-executivo da Caixa Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (Caixa DTVM), Heitor Souza Cunha. O programa de busca e apreensão também alcançou o programador Romeu Carvalho Antunes, filho do “careca do INSS”, que estaria dando continuidade à fraude.
O relatório da PF aponta que Romeu estaria organizando pagamentos e ocultando a origem indevida dos recursos. A Gazeta do Povo entrou em contato com todos os citados nesta reportagem e espera manifestação dos envolvidos.
