Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo Partido Liberal (PL) de São Paulo, manifestou sua disposição em ir “até as últimas consequências” para afastar o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação visa impedir o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, pai de Eduardo, no processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Atualmente em Washington, Estados Unidos, onde se encontra com o jornalista Paulo Figueiredo, Eduardo Bolsonaro busca articular novas sanções contra autoridades brasileiras que são vistas como responsáveis por arbitrariedades no processo contra o ex-presidente. Em entrevista à BBC Brasil, Eduardo afirmou estar disposto a manter a pressão até que “as pessoas que sustentam Moraes o abandonem” e ele seja “isolado”.
O deputado afirmou que o governo de Donald Trump possui diversas opções para aplicar sanções, como a extensão da Lei Magnitsky recentemente imposta a Moraes, a retirada de vistos e outras medidas de pressão. A intenção, segundo Eduardo, é “tentar fazer com que o Brasil saia dessa crise institucional”.
Ele também não descartou a possibilidade de sanções atingirem o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), caso não avancem com o projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e com o processo de impeachment de Moraes.
Eduardo Bolsonaro classificou as acusações contra ele por suas ações nos Estados Unidos como “fantasiosas” e defendeu que o Brasil suporte os impactos das sanções em prol da liberdade. Ele é investigado pelo STF por supostos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação e abolição violenta do Estado democrático de direito. No entanto, ele afirmou estar preocupado com a liberdade do país e não com cálculos eleitorais ou popularidade.
Para Eduardo, Moraes “se comporta como um mafioso” e não deveria estar no STF. Ele acredita que o isolamento de Moraes seria o primeiro passo para a harmonia entre os poderes no Brasil.
Em contrapartida, em seu retorno ao STF após o recesso judiciário, Moraes afirmou que continuará conduzindo os processos relacionados à suposta tentativa de golpe da mesma forma e ignorará as sanções impostas a ele. Ele afirmou que o rito processual do STF ignorará as sanções e que continuará trabalhando de forma colegiada, independente das mentiras e desinformação nas redes sociais.