O deputado Eduardo Bolsonaro, do Partido Liberal de São Paulo e um interlocutor da oposição com o governo norte-americano, juntamente com o jornalista Paulo Figueiredo, interpretaram o gesto de Donald Trump em relação a Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU, como uma jogada estratégica do presidente americano. Trump afirmou haver uma “química” com o presidente brasileiro e anunciou um encontro entre eles na próxima semana.
“Tivemos uma boa conversa, ele pareceu um bom homem. Na verdade, gostaria de conhecê-lo. Eu só faço negócios com pessoas de quem gosto”, declarou Trump.
Para Eduardo Bolsonaro, a abertura para uma aproximação não foi surpreendente para quem conhece as estratégias de negociação de Donald Trump. “Ele fez exatamente o que sempre praticou: elevou a tensão, aplicou a pressão e, em seguida, reposicionou-se com ainda mais força à mesa de negociações”, concluiu.
O deputado vê a fala do republicano como um sinal positivo para a anistia ampla no Brasil. “O Brasil precisa dos EUA, reconheça isto ou não. Entende porque confiamos na anistia ampla, geral e irrestrita?”, questionou em sua conta no X.
Paulo Figueiredo, por outro lado, interpreta o elogio de Trump como uma forma de colocar Lula em uma posição difícil. O jornalista acredita que o presidente brasileiro estará obrigado a se encontrar com Trump e terá a necessidade de retornar com alguma vitória diplomática. “(Lula) terá que encontrar Trump. Tem a obrigação de voltar com alguma vitória. (…) Lula termina o dia de hoje em uma posição política infinitamente pior do que começou”, analisou.