O empresário Dante Mantovani, membro do Conselho Municipal de Turismo de Paraguaçu Paulista como representante da hotelaria e ex-presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte) — à época sediada no Ministério do Turismo (2019-2020) — está encabeçando um movimento pela reativação dos parques aquáticos termais da cidade.
Em um recente vídeo, Mantovani ressaltou a importância histórica e econômica das águas quentes para a região e denunciou o que ele considera ser uma legislação obsoleta e interesses burocráticos que impedem o pleno funcionamento do turismo termal em Paraguaçu Paulista.
O Potencial Histórico e Turístico das Águas Termais
Mantovani relembrou que o poço termal de Paraguaçu Paulista é um dos três únicos poços perfurados pela Petrobras no estado de São Paulo (nos anos 1950) em busca de petróleo, sendo os outros dois em Presidente Epitácio e Olímpia. Embora não tenha sido encontrado petróleo, a perfuração revelou uma fonte de água quente mineral de grande profundidade:
• Paraguaçu Paulista: 3.000 metros
• Presidente Epitácio: 1.600 metros
• Olímpia: 1.200 metros
A descoberta dessas águas deu origem a um importante polo turístico na região, com a criação de clubes e parques aquáticos termais. Em Paraguaçu e Presidente Epitácio, o empreendimento inicial foi capitaneado pelo Grupo Jacomosi. O empresário destacou que, por muitos anos, o turismo termal atraiu milhares de pessoas e movimentou significativamente a economia local, impulsionando a hotelaria, o comércio e os serviços, sendo a razão pela qual Paraguaçu Paulista possui o título de Estância Turística.
A Questão da Lacração e a Burocracia
Apesar do sucesso, o poço termal de Paraguaçu Paulista foi lacrado em 2009 por ordem do Governo Federal. O principal argumento da União, segundo Mantovani, era a alegação de falta de licença e a cobrança pelo uso da água.
O empresário classificou essa exigência como “absurda” e a legislação como “obsoleta e arcaica”. Ele argumenta que:
• As águas são recursos naturais que pertencem ao povo.
• As águas termais possuem efeitos medicinais benéficos à saúde.
• A alegação de que a água seria necessária para abastecer cidades não se sustenta, dado o vasto recurso hídrico da região, incluindo o Aquífero Guarani (o maior aquífero de água do mundo), que se estende por estados do Brasil e países vizinhos (Paraguai, Argentina e Uruguai).
• Em Presidente Epitácio, um processo semelhante envolveu a solicitação de uma multa de R$ 20 milhões ao Grupo Jacomosi, sob a alegação de danos ambientais.
Em contrapartida, Mantovani citou o exemplo de Olímpia, que hoje é um dos maiores polos turísticos de São Paulo graças às termas. Ele afirmou que um prefeito na época peitou a situação e deu continuidade ao funcionamento, inclusive perfurando um novo poço. O empresário lamenta que em Presidente Epitácio, 100 mil litros de água quente são desperdiçados todos os dias.
O Apelo pela Mobilização
Como membro do Conselho de Turismo, Mantovani busca ativamente a reabertura do poço e a liberação das águas termais para uso. Ele mencionou ter solicitado pessoalmente ao Secretário de Turismo do Estado de São Paulo, Roberto de Lucena (também do seu partido, Republicanos), que interceda pela liberação das águas de Paraguaçu Paulista.
Mantovani encerrou o vídeo conclamando a população e a classe política a se unirem para contornar as normas burocráticas que, segundo ele, apenas travam o desenvolvimento e a geração de emprego. Ele defende a reabertura das termas como uma bandeira que irá gerar receita, movimentação e dignidade para o município.
