Forças leais a Bashar al-Assad, o ex-ditador da Síria, estão secretamente formando milícias para desestabilizar o novo governo do país. De acordo com uma reportagem da agência britânica Reuters, publicada na sexta-feira (5), esses aliados do ex-ditador buscam conquistar a lealdade de mais de 50 mil combatentes.
Após a queda do regime de Assad em dezembro de 2024, a família Assad e ex-integrantes da cúpula do regime se exilaram na Rússia. Embora o ex-ditador esteja “conformado” com seu exílio, dois de seus aliados, o major-general Kamal Hassan e o bilionário Rami Makhlouf, estão trabalhando para formar milícias no litoral da Síria e no Líbano. Essas milícias seriam compostas por membros da minoria alauíta, associada à família Assad.
Fontes próximas a Assad disseram que Hassan e Makhlouf estão competindo para formar essas milícias, financiando mais de 50 mil combatentes na expectativa de conquistar sua lealdade. Além disso, os dois aliados do ex-ditador controlam uma rede de 14 salas de comando subterrâneas que foram construídas no litoral da Síria ao final do regime de Assad, além de depósitos de armas.
A competição entre Hassan e Makhlouf é vista como uma disputa por poder, com o objetivo de encontrar o sucessor de Assad e controlar a comunidade alauíta. Annsar Shahhoud, uma pesquisadora especialista em estudos sobre a ditadura de Assad, afirmou que a competição continua, mas agora com um foco diferente: encontrar o próximo líder e controlar a comunidade alauíta.
Essa ameaça à estabilidade do novo governo sírio é vista como uma preocupação séria. A Síria está ainda em um período de transição após a queda do regime de Assad, e a formação dessas milícias pode comprometer a paz e a segurança do país.
