Uma visão sombria sobre o futuro do Brasil se avizinha, sobretudo em relação à água. De acordo com um estudo do Instituto Trata Brasil, o país pode enfrentar um período de racionamento de água de até 12 dias em todos os estados, mas em regiões como Nordeste e Centro-Oeste, a falta de água pode se estender por mais de 30 dias. As mudanças climáticas e as perdas de água durante a distribuição são as principais causas desse desabastecimento.
A presidente executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, destaca que o aumento do consumo de água no Brasil é resultado de uma combinação de fatores, incluindo a expansão demográfica, o crescimento econômico e o aumento da temperatura global, que projetam-se em um aumento de 1ºC até 2050. Conforme Luana, essa tendência irá aumentar o consumo de água em 25%, levando-o de 175 litros por habitante por dia para 219 litros por habitante por dia.
A mudança climática também irá afetar a oferta de água, com uma redução no número de dias chuvosos e, consequentemente, na quantidade de água disponível até 2050. Nesse cenário, Luana enfatiza que é fundamental um planejamento integrado, envolvendo diferentes setores do país, para evitar que a situação se aguante. Caso contrário, a demanda por água aumentará drasticamente, exigindo a captura de 60% a mais de água nos rios, o que pode se tornar um desafio insuperável, principalmente devido a eventos climáticos extremos.
A previsão é de que o consumo de água aumente 12% no Brasil até 2050, além dos fatores econômicos, que já contribuem para o crescimento da demanda. Em outras palavras, se não houver uma ação estruturada para enfrentar essa realidade, o país pode enfrentar sérios problemas de abastecimento de água, tanto para o uso diário das pessoas quanto para o crescimento econômico das cidades.
