Acusações contra irmã de Milei são “operação política”, diz chefe de gabinete

Guillermo Francos, chefe de gabinete do presidente argentino Javier Milei, classificou as acusações contra a irmã do presidente como uma “operação política” e uma tentativa de desestabilizar o país. Francos fez estas declarações perante a Câmara dos Deputados, onde a oposição o convocou para prestar esclarecimentos sobre o caso que tem corroído a gestão de Milei desde a semana anterior.

O chefe de gabinete afirmou que, enquanto o Congresso Nacional aprovava uma Lei de Emergência sobre Deficiência, que exige o uso de recursos financeiros dos quais o Estado argentino não dispõe atualmente, uma operação política foi orquestrada com a divulgação de supostas gravações de áudio do ex-chefe da Agência Nacional de Deficiência (ANDIS), Diego Spagnuolo, que foi demitido após o escândalo vir à tona.

As gravações, divulgadas pela imprensa argentina na semana passada, apresentam uma voz atribuída a Spagnuolo afirmando que Karina Milei, irmã do presidente e secretária-geral da presidência, seria uma das responsáveis por um esquema de corrupção em contratos de fornecimento de medicamentos pela ANDIS.

Francos criticou a aprovação de leis que exigem recursos que causam desequilíbrio fiscal e a difamação de funcionários com acusações infundadas, classificando ambos como parte do mesmo padrão: ações de um pequeno grupo que, segundo ele, não tem mais lugar na nova Argentina.

Ele disparou contra a oposição kirchnerista, afirmando que há quem ainda tente obstruir medidas de eficiência, simplificação e corte de impostos, acusando-os de participarem de uma tentativa desestabilizadora que revela suas verdadeiras intenções.

A denúncia criminal contra o presidente e Karina Milei foi feita na semana passada pelo advogado Gregorio Dalbón, que representa a ex-presidente Cristina Kirchner em algumas de suas causas na Justiça.

Eduardo “Lule” Menem, assessor presidencial e apontado nas gravações como outro coordenador do esquema, negou qualquer ato de corrupção em um post no X (ex-Twitter) na segunda-feira (25).

Menem afirmou não ter tido qualquer envolvimento em contratos da ANDIS, formal ou informalmente, e que ninguém lhe mencionou qualquer ato de corrupção. Ele ainda afirmou desconhecer qualquer ocorrência ilegal na ANDIS ou em qualquer outro órgão estatal.

Segundo Menem, nunca conversou com Karina Milei ou com o presidente sobre benefícios, contratos ou atividades específicas da ANDIS, e que conhece o trabalho que o governo vem realizando contra a corrupção, sem duvidar da integridade das autoridades mencionadas. Ele alegou motivação política nas denúncias.

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