O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, negou veementemente ter firmado qualquer acordo com a oposição para a análise de pautas como a anistia e o fim do foro privilegiado em troca da desocupação da mesa diretora. O episódio, que gerou grande repercussão, teve início na tarde de terça-feira, quando deputados oposicionistas tomaram a mesa diretora em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Motta, ao chegar na Câmara na quinta-feira, afirmou categoricamente que a presidência da Câmara é inegociável e que a negociação para a retomada do espaço não estava vinculada a nenhuma pauta específica. Segundo ele, a conversa com o grupo de deputados oposicionistas visava pautar a solução menos traumática e demonstrar o compromisso da Câmara em manter os trabalhos, respeitando todos os partidos e lideranças.
A desocupação da mesa diretora ocorreu após horas de negociação, na noite de quarta-feira, com o auxílio do deputado federal Arthur Lira (PP-AL), que foi requisitado por Motta para facilitar o diálogo. Motta ressaltou a importância da união de todos aqueles que desejam o bem da casa em momentos de tensão, destacando a participação de Lira e de outros líderes.
Em sua fala durante a sessão, Motta criticou duramente a ocupação do espaço, enfatizando que projetos individuais não devem prevalecer sobre o interesse do povo e da população.
Entretanto, a declaração de Motta contradiz a afirmação do senador Rogério Marinho (PL-RN), que afirmou ter acertado a análise das propostas no plenário, independentemente do resultado da votação. Marinho destacou a importância da anistia para o país, ressaltando a tradição de anistia no Brasil.
A obstrução da mesa do Senado também foi encerrada nesta manhã após negociações com os oposicionistas, que se comprometem a analisar os projetos em breve. Os oposicionistas pedem o andamento do processo de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que já atingiu a quantidade mínima de assinaturas necessárias para ser protocolado.