IA na Educação Infantil: MIT Alerta Riscos para Desenvolvimento Cerebral

Uma pesquisa recente realizada no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) revelou que o uso inadequado de ferramentas de Inteligência Artificial pode afetar o desenvolvimento cerebral de estudantes jovens e adultos. Mas como essas ferramentas impactam a aprendizagem dos alunos do ensino fundamental?

O professor Pedro Caldeira, doutor em Educação pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro, decidiu explorar essa questão ao questionar uma IA sobre os impactos da tecnologia na Educação Infantil. A resposta do sistema foi direta: ferramentas de IA não devem ser utilizadas nesse estágio de ensino. A recomendação foi que seu uso seja permitido apenas no final do Ensino Médio, e apenas para correção ortográfica de textos, não como fonte primária de pesquisa.

Caldeira, em entrevista à Gazeta do Povo, expressa sua preocupação com o aumento da “epidemia de preguiça” entre jovens estudantes devido ao uso inadequado dessas ferramentas. Ele alerta para os riscos de desmotivação e falta de desenvolvimento de habilidades essenciais ao depender excessivamente da IA.

Em um experimento, Caldeira utilizou a ferramenta Grok, da rede social X, para investigar essa questão. Inicialmente, a IA apresentou um cenário otimista sobre o futuro da educação com a IA, destacando a potencialidade de resolução de problemas e aprendizado aprimorado. Entretanto, ao ser confrontada com dados reais sobre o uso excessivo de telas na educação infantil, a resposta mudou radicalmente. A IA concluiu que o uso de ferramentas de IA é inadequado nesse período, recomendando sua abstenção até o final do Ensino Fundamental.

A experiência de Caldeira com a IA ecoa a realidade que ele observa em sua própria família. Sua esposa, professora, relata ter encontrado trabalhos com escrita impecável, mas claramente provenientes de uma IA, evidenciando a dificuldade em distinguir o trabalho autêntico do produzido por uma máquina. Essa “ilusão de praticidade” leva à falta de esforço e comprometimento com o aprendizado.

Caldeira acredita que o uso excessivo da IA na educação pode gerar consequências preocupantes no futuro. A falta de desenvolvimento do pensamento crítico, a dependência da máquina para a resolução de problemas e a desmotivação no aprendizado podem levar à estagnação do sistema educacional. Ele defende que a IA pode ser uma ferramenta útil, mas nunca deve substituir o aprendizado autêntico e o desenvolvimento de habilidades essenciais para o sucesso na vida.

Sair da versão mobile