A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada pelo ministro Alexandre de Moraes no último sábado (22), gerou uma intensa crítica da bancada evangélica e católica do Congresso Nacional. Ambas as bancadas argumentam que a decisão viola direitos fundamentais e agrava a instabilidade política do país.
A Frente Parlamentar Evangélica afirmou que a prisão de Bolsonaro viola o princípio do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório. Além disso, os parlamentares evangélicos ressaltaram que a medida é incompatível com as garantias previstas na Constituição da República, especialmente considerando a idade e a saúde debilitada do ex-presidente. “Todo cidadão tem direito a um tratamento compatível com as garantias previstas na Constituição”, enfatizaram.
A bancada evangélica também destacou que a prisão tem um impacto significativo político e institucional para o segmento cristão, exacerbando divisões políticas e minando a pacificação social. Segundo os parlamentares, a medida compromete a confiança da população nas instituições e dificulta ainda mais o caminho da pacificação social, gerando um ambiente de insegurança jurídica.
Os evangélicos formam a principal base eleitoral de Bolsonaro, fazendo com que a crítica seja ainda mais intensa. Além disso, a bancada é altamente crítica ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que pode contribuir para a tensão política no país.
Já a Frente Parlamentar Católica também se posicionou contra a prisão do ex-presidente, citando a “truculência” de Moraes e a violência e intolerância política crescente no ambiente institucional. Os parlamentares católicos manifestaram solidariedade a Bolsonaro e repudiaram a medida judicial que levou à decretação de sua prisão.
A decisão monocrática de Moraes foi votada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e referendada por unanimidade com os votos de Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia. A prisão de Bolsonaro foi decretada após a Polícia Federal indicar risco de fuga em meio à vigília convocada por seus apoiadores e de um alerta de tentativa de rompimento da tornozeleira eletrônica.
