Trump e Lula discutem tarifas alfandegárias em encontro bilateral

Em um encontro bilateral entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, realizado em Kuala Lumpur, na Malásia, os dois líderes discutiram vários temas importantes, incluindo a questão das tarifas alfandegárias de 50% impostas pelo governo americano sobre produtos nacionais.

De acordo com o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Rosa, o nome do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro também foi mencionado durante a reunião. A questão do Bolsonaro foi levantada por Trump, que expressou sua surpresa com a condenação do ex-presidente por liderar uma suposta trama golpista.

“O assunto do Bolsonaro foi levantado, inclusive antes da entrevista, em que [Trump] foi perguntado, mas de forma muito lateral”, disse o secretário. Essa informação foi corroborada por jornais de grande circulação no Brasil, como O GLOBO, Folha de São Paulo e Estadão.

Segundo o GLOBO, auxiliares do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmaram que Lula teria dito que não havia assunto proibido, mas destacou que o processo de Jair Bolsonaro seguiu o devido processo legal. Já a Folha, citando “membros do governo”, destacou que o nome do ex-presidente surgiu pelo próprio Lula, que teria deixado claro que nada poderia influenciar as decisões do Judiciário brasileiro, o que teria sido acolhido por Trump.

Além disso, o secretário-executivo afirmou que a Lei Magnitsky, sanção econômica imposta pela Casa Branca ao ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), também foi citada no encontro e tratada como “injusta” pelo petista.

“Mas também o [que o] presidente Lula utilizou com o exemplo é a injustiça da aplicação da Lei Magnitsky em relação a algumas autoridades, como do Supremo Tribunal Federal (STF), o quão injusta é essa medida em relação a esses ministros porque respeitou-se o devido processo legal e não há nenhuma perseguição política ou jurídica”, afirmou o secretário.

Em uma entrevista coletiva, antes de as portas serem fechadas, os jornalistas presentes puderam fazer perguntas aos presidentes e quando Trump foi questionado sobre a situação de Bolsonaro, o republicano respondeu que “sempre gostou dele” e que se entristeceu com a condenação por tentativa de golpe de Estado.

Em outro momento, quando um dos repórteres insistiu em saber se o ex-presidente brasileiro seria tema da reunião, Trump retrucou: “Não é da sua conta”. “Eu sempre gostei dele, fiquei muito mal com o que aconteceu com ele. Sempre achei que ele era um cara honesto, mas ele já passou por muita coisa”, disse o chefe da Casa Branca em Kuala Lumpur.

Essa não foi a primeira vez que Trump defendeu Bolsonaro. Em uma carta enviada por Trump em que anunciou o tarifaço de 50%, em julho, o chefe da Casa Branca condenou a postura do STF contra Bolsonaro e alegou uma relação comercial injusta mantida entre os países.

“Eu conheci e lidei com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o respeitava profundamente. A forma como o Brasil tratou o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Este julgamento não deveria estar acontecendo. É uma caça às bruxas que deve terminar IMEDIATAMENTE!”, afirmou Trump.

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