Neofascismo Cultural: a Última Revolução

O fenômeno do neofascismo possui raízes culturais profundas, permeando grande parte das manifestações da cultura ocidental resultado das transformações do último século. Este tema, de extrema relevância, ganha destaque com o lançamento de um novo e-book: “Neofascismo Cultural: a Última Revolução”.

A obra propõe uma investigação profunda sobre um fenômeno contemporâneo e crescente: a emergência de uma nova visão política revolucionária. Apesar de ser rotulada como neofascismo, essa corrente não se limita à simples repetição histórica do fascismo clássico. Ela representa um desdobramento espiritual e ideológico das correntes revolucionárias modernas.

Se o marxismo cultural atuou como um caldo ideológico que levou grande parte da sociedade ocidental à desconstrução da fé católica através do relativismo, o neofascismo cultural surge como uma suposta solução, buscando recuperar doutrinas metafísicas e espirituais, frequentemente hierárquicas.

O e-book traça um percurso que abrange as raízes filosóficas e espirituais do fascismo, explorando o papel do mito de Prometeu como arquétipo revolucionário. A obra também analisa a apropriação, pela cultura pop, de imagens que exaltam o mal, o crime e a rebelião como símbolos de contestação política. Essa exaltação do mal e da violência encontra eco na sanha punitiva presente em grande parte dos movimentos de direita, como o policialismo e o militarismo brasileiros.

O neofascismo, segundo a obra, não se restringe à direita ou à esquerda, mas surge como uma convergência de ideologias anticatólicas e antimodernas. Essa convergência é alimentada tanto por correntes espiritualistas esotéricas quanto pela filosofia pós-moderna, especialmente as ideias de Heidegger, Guénon e Schuon. O autor demonstra como essa síntese se materializa como uma oposição “controlada” ao globalismo liberal, transformando-se em força cultural de sedução para a juventude, principalmente através do entretenimento.

Capítulos centrais do livro exploram o impacto do cinema e dos quadrinhos na criação do “herói pós-moderno” e do “anti-herói”, desde Batman até o universo dos animes. A obra analisa como esses personagens, presentes em produtos culturais populares, atuam como veículos simbólicos de valores gnósticos, ocultistas e até satânicos. A análise vai além da crítica estética, mostrando como a erotização, a violência e o sadismo presentes nesses produtos funcionam como canais de difusão de ideologias revolucionárias e de movimentos radicais que transbordam para a política. Essa influência se manifesta em diferentes formas: ideologias populistas em regimes do bloco BRICS, antissistemismo social e cultural, até as formas mais extremas de rebelião antiocidental, representada pela ameaça islâmica.

O livro alerta que esse processo representa não apenas uma mutação cultural, mas também um desafio espiritual: o abandono da fé católica e a substituição da doutrina pela gnose esotérica e pelo imaginário revolucionário que permeia a mente ocidental desde a Renascença. Uma das conclusões do autor é de que, em breve, a própria direita — outrora marcada por alguma influência cristã — poderá se tornar mais revolucionária e anticatólica do que a esquerda já foi.

Ao longo da obra, o leitor encontra não apenas uma denúncia, mas também uma advertência: o avanço do neofascismo cultural é o triunfo temporário de uma espiritualidade contrária à Igreja, que se manifesta nas artes, na política e no imaginário coletivo. Derosa aponta para a necessidade de uma militância católica firme, enraizada na tradição e consciente da gravidade da batalha cultural e espiritual em curso.

Com uma abordagem que combina filosofia, crítica cultural e análise política, “Neofascismo Cultural” revela como símbolos aparentemente inocentes da cultura pop carregam camadas profundas de significado e atuam como instrumentos de transformação ideológica. Trata-se de uma obra provocadora, que convida o leitor a perceber conexões ocultas entre modernidade, revolução e espiritualidade anticatólica, chamando a atenção para os riscos de uma direita seduzida pelo esoterismo, pelo populismo e pela gnose.

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