Em uma rápida sequência de eventos, a Rússia reagiu intensamente a uma declaração do comandante militar mais importante da Otan, que admitiu que a aliança militar do Ocidente está estudando a possibilidade de um ataque preventivo contra Moscou.
A declaração provocou uma crise diplomática, após o almirante italiano Giuseppe Cavo Dragone, presidente do Comitê Militar da Otan, ter mencionado a possibilidade de um “ataque preventivo” em uma entrevista ao jornal britânico Financial Times. Dragone afirmou que tal ação poderia ser considerada como uma “ação defensiva”, mas que uma ofensiva do tipo estaria muito além da forma normal de agir da aliança.
A resposta da Rússia à declaração de Dragone foi imediata e veemente. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, classificou as declarações do almirante como “irresponsáveis” e “indicativas de que a aliança está pronta para continuar a escalada”. Zakharova também acusou a Otan de tentar minar os esforços para superar a crise ucraniana, que está em curso desde fevereiro de 2022.
Zakharova destacou que as pessoas que fazem tais declarações devem estar cientes dos riscos e das possíveis consequências, inclusive para os próprios membros da aliança. A declaração da porta-voz da Rússia foi acompanhada por uma série de medidas de segurança tomadas pela Otan nos últimos meses, incluindo a envio de caças para regiões de fronteira após a detecção de drones russos no espaço aéreo de países da aliança, como Polônia e Romênia.
A situação entre a Rússia e a Ucrânia continua a se deteriorar, com as negociações sobre uma proposta de cessar-fogo apresentada pelos EUA em novembro tendo sido rejeitadas pela Rússia. A guerra entre as duas nações parece estar longe de um fim, e a Otan continua a se preparar para uma possível escalada da crise.
