Metanol em São Paulo: 17 intoxicações e 3 mortes em bares e restaurantes

A Polícia Federal iniciou uma investigação para esclarecer os casos de intoxicação por metanol registrados em São Paulo. As autoridades suspeitam da atuação de uma organização criminosa na venda e distribuição de bebidas adulteradas. Desde agosto, 17 casos de envenenamento foram confirmados, todos relacionados ao consumo de bebidas contaminadas com metanol. Essa situação trágica já resultou em três mortes: um homem de 54 anos em São Paulo e outros dois, de 58 e 45 anos, em São Bernardo do Campo.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, expressou sua preocupação com o aumento inesperado de casos de intoxicação por metanol em setembro. Normalmente, o metanol é consumido por pessoas em situação de vulnerabilidade social ou em situação de rua. No entanto, os casos recentes ocorreram em bares e restaurantes, onde bebidas como whisky, vodka e gin foram contaminadas. A gravidade da situação e os riscos à saúde pública levaram o ministro a determinar a atuação da Polícia Federal na investigação.

“É necessário verificar a origem desse metanol e a rede de distribuição, que tudo indica transcende os limites de um único estado. Atualmente, os casos estão concentrados em São Paulo, mas há indícios de que o metanol está sendo distribuído para outros estados”, afirmou Lewandowski.

O diretor-geral da Polícia Federal, André Rodrigues, explicou que a investigação buscará identificar a possível participação de facções criminosas. “É possível que haja uma conexão com investigações recentes realizadas no Paraná, que se ligaram a duas investigações em São Paulo. Tudo isso está relacionado à cadeia de combustível, onde parte do metanol é importado pelo Porto de Paranaguá. Portanto, a necessidade de entrarmos nesse caso. A investigação irá determinar se existe ligação com o crime organizado e com operações anteriores”, afirmou Rodrigues.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também se pronunciou sobre o aumento das intoxicações por metanol, classificando o caso como atípico e diferente de tudo já registrado no país. “A partir de setembro, foram notificados quase metade dos casos que normalmente ocorrem ao longo de um ano, que são cerca de 20 casos. Em agosto e setembro, foram notificados 17 casos, o que representa quase o total de casos registrados em um ano. Especificamente em São Paulo, foram esses 17 casos a partir de agosto, o que chamou atenção do Sistema Único de Saúde (SUS)”.

A Secretaria Nacional do Consumidor emitiu um alerta aos Procons de todo o país, orientando tanto fornecedores quanto consumidores sobre a importância da segurança na comercialização e consumo de bebidas alcoólicas.

Sair da versão mobile