A pressão popular, demonstrada pelas ruas no último domingo (21), teve um impacto direto na decisão do Senado de rejeitar a PEC da Blindagem. Em resposta a essa mobilização, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que a força social é crucial para que o Congresso finalize a abolição da escala 6×1.
Marinho destacou que o Parlamento brasileiro tende a agir de forma prejudicial aos trabalhadores sem uma forte pressão externa. A temática do trabalho, de natureza complexa, exige uma participação ativa da sociedade para avançar de forma justa. “Parece feijão velho, só vai com pressão”, afirmou o ministro em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Para Marinho, a solução ideal para encerrar a escala 6×1 reside em acordos coletivos e na mobilização das categorias trabalhistas através dos sindicatos. Ele também alertou para a necessidade de atenção em relação à aprovação do projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, proposta que avançou no Senado nesta quarta-feira (24) e será analisada pela Câmara na próxima semana. A questão da compensação precisa ser cuidadosamente examinada.
“O Congresso Nacional precisa assumir a responsabilidade de não apenas votar a isenção do Imposto de Renda de R$ 5 mil, mas também cobrar dos detentores de grandes fortunas, dos 141 mil bilionários que temos no país, que contribuam de forma justa”, ressaltou o ministro.
Marinho lembrou que empregadores de trabalhadores domésticos têm até o final de outubro para regularizar a situação de seus funcionários. Mais de 80 mil trabalhadores domésticos estão em situação irregular e já estão sendo notificados através do Domicílio Eletrônico Trabalhista. “Nesse canal você receberá toda a orientação. Você pode regularizar a eventual irregularidade pontual, como a falta de recolhimento do fundo de garantia ou repasse, ou até mesmo o recolhimento sem o repasse, que configura apropriação indebita. É importante tomarmos cuidado com isso”, afirmou.
O ministro também anunciou que os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) referentes a agosto serão divulgados na segunda-feira (29). Apesar da previsão de crescimento, o ritmo deverá ser menor em comparação com os meses anteriores. Em julho, o Caged registrou a abertura de 129.775 vagas formais de trabalho. Segundo Marinho, a elevação da taxa de juros é um dos fatores que contribuem para essa desaceleração. Para todo o ano de 2025, a projeção é de saldo de 1,5 milhão de empregos formais.