O Partido dos Trabalhadores (PT) está adotando uma nova estratégia em suas campanhas, utilizando as cores da bandeira nacional e focando em temas como a justiça tributária. A mudança na identidade visual, que será implementada na segunda fase de anúncios gratuitos na televisão, prevista para outubro, coincide com momentos importantes como a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na 80ª Assembleia-Geral da ONU e a movimentação política do país.
Segundo Éden Valadares, secretário de Comunicação do PT, as recentes manifestações contra a anistia e a PEC da Blindagem, juntamente com as ações de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, desestabilizaram o monopólio da direita sobre os símbolos nacionais.
Essa nova abordagem busca antecipar a linha da campanha de Lula para a reeleição em 2026, com a agência Leiaute, vinculada ao ministro da Secom, Sidônio Palmeira, responsável pela produção. As imagens do novo programa trazem a imensidão da bandeira brasileira estendida na Avenida Paulista, em contraste com o estandarte americano exibido pelos apoiadores de Jair Bolsonaro no dia 7 de setembro.
Valadares ressalta que o programa terá forte presença de verde, amarelo, azul e branco, buscando retratar a riqueza e a diversidade do Brasil, desde a Amazônia até os grandes centros urbanos.
A narrativa central da campanha se concentra em Lula discursando na ONU, apenas 10 dias após a condenação de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A estratégia visa contrastar a imagem de Lula em palcos internacionais com o isolamento político enfrentado por seu adversário.
Temas como a derrota da PEC da Blindagem, que visava isentar parlamentares de processos criminais sem autorização do Congresso, serão abordados de forma mais sutil.
Embora parte da bancada petista tenha apoiado a proposta, o partido optou por relativizar o assunto.
A primeira fase de comerciais, já em exibição, focava nas mulheres em jornada dupla, defendendo a proposta do fim da escala 6 por 1. Agora, o PT promete uma campanha mais emotiva, utilizando cores, símbolos e a imagem de Lula como estadista.
As últimas inserções autorizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), previstas para o final de outubro, abordarão temas como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação BBB (bilionários, bancos e apostas).
A estratégia em curso, que será utilizada na campanha de 2026, busca substituir o discurso “nós contra eles” pelo conceito de “justiça tributária”.
