Uma pesquisa recente da Quaest revela uma profunda divisão na percepção do poder de influência do ex-presidente Donald Trump sobre o julgamento de seu antecessor, Jair Bolsonaro, no Brasil.
Embora a imposição de tarifas de até 50% em produtos brasileiros pelo governo americano esteja próxima, a maioria dos brasileiros (59%) não acredita que Trump consiga reverter a inelegibilidade de Bolsonaro. Curiosamente, a pesquisa também indica que apenas 31% dos entrevistados acreditam que Trump possui capacidade de influenciar o processo judicial contra o ex-presidente.
As intenções de Trump em aplicar as tarifas, citando ações contra Bolsonaro e a suposta participação do ex-presidente em um plano de golpe de Estado, geraram controvérsia. Além das tarifas, Trump revogou vistos americanos de alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo Alexandre de Moraes, relator do processo contra Bolsonaro.
As opiniões sobre a influência de Trump se dividem de acordo com a preferência política dos eleitores. Entre os que se identificam como petistas e aqueles sem filiação partidária, a percepção de que Trump pode influenciar o julgamento é menor. Já entre os apoiadores de Bolsonaro e os eleitores de direita, essa possibilidade é vista de forma mais dividida.
A pesquisa da Quaest, realizada entre os dias 10 e 13 de julho, contemplou 2.004 pessoas e apresenta uma margem de erro de 2 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%. As divergências na percepção sobre a influência de Trump se refletem também na análise de como as pessoas votaram no segundo turno das eleições de 2022.
A pesquisa aponta essa divisão na opinião pública, mostrando o impacto das ações de Trump sobre as relações internacionais e o julgamento de Bolsonaro, um tema que continua a gerar debates e controvérsias no Brasil.