O Serviço Geológico do Brasil (SGB) revelou um potencial mineral inédito na Bacia do Rio Parnaíba, abrangendo os estados do Piauí e Ceará. Através de pesquisas minuciosas, foram identificadas 39 novas ocorrências com concentrações excepcionais de fósforo, urânio e elementos terras raras, abrindo um novo capítulo para a mineração estratégica no país.
As análises geológicas se concentraram em formações rochosas de idade aproximada de 400 milhões de anos, como a Itaim, Pimenteira e Longá. Dentro dessas formações, foram encontrados níveis impressionantes de fósforo, chegando a 16% em algumas amostras, além de terras raras com teor máximo de 2,3%. Esses índices elevadíssimos colocam a Bacia do Parnaíba entre as mais ricas do mundo nesse tipo de mineral.
A descoberta não se limita a fósforo e terras raras. Concentrações de urânio também foram encontradas, com valores que ultrapassam 1.270 partes por milhão, um número significativamente acima da média dos principais depósitos mundiais, incluindo os explorados nos Estados Unidos, Austrália e norte da África.
A demanda global por terras raras está em constante ascensão, impulsionada por sua importância na fabricação de tecnologias inovadoras como turbinas eólicas, baterias e veículos elétricos. Projeções do Ministério de Minas e Energia indicam um aumento extraordinário na demanda global por terras raras até 2050, com uma multiplicação de até 10 vezes o volume atual.
A possível extração desses minerais no Brasil representa uma oportunidade única para reduzir a dependência do país em relação a fontes internacionais, como a China, que detém o maior controle da oferta mundial desses recursos estratégicos.
O SGB, porém, ressalta a importância de estudos mais aprofundados para determinar o volume exato e a viabilidade econômica da exploração desses depósitos minerais na Bacia do Parnaíba.