A presidente do México, Claudia Sheinbaum, expressou seu apoio a Nicolás Maduro em uma entrevista coletiva realizada na sexta-feira, 8 de agosto. Essa manifestação ocorreu um dia após os Estados Unidos aumentarem a recompensa oferecida por informações que levem à prisão e condenação do ditador venezuelano para US$ 50 milhões.
Em anúncio feito na noite anterior, a ex-procuradora-geral da administração Trump, Pam Bondi, afirmou que Maduro possui ligações com grupos criminosos como o Tren de Aragua, o Cartel de Los Soles (do qual o ditador venezuelano seria líder, segundo os EUA) e o Cartel de Sinaloa. Bondi classificou Maduro como “um dos maiores traficantes de drogas do mundo”.
Questionada sobre as supostas conexões de Maduro com o Cartel de Sinaloa durante a coletiva, Sheinbaum declarou que era a primeira vez que ouvia falar sobre o assunto. “Por parte do México, não há nenhuma investigação relacionada a isso”, afirmou a presidente mexicana.
“Como sempre dizemos, se eles têm alguma evidência, mostrem. Nós não temos nenhuma prova”, acrescentou Sheinbaum.
Em resposta à ação americana, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil Pinto, criticou veementemente o governo americano em uma postagem no Telegram. Gil Pinto qualificou a “recompensa” de US$ 50 milhões como uma “cortina de fumaça” e uma “tentativa ridícula” de manipular a opinião pública.
“Enquanto desmascaramos os planos terroristas orquestrados por seu país, essa senhora cria um circo midiático para agradar a extrema direita derrotada na Venezuela”, afirmou Gil Pinto, referindo-se a Pam Bondi. O chanceler venezuelano também atacou Bondi, citando suas envolvidas em escândalos de favorecimento político e sua promessa infrutífera de revelar uma “lista secreta” de clientes do financista Jeffrey Epstein.
A recompensa inicial de US$ 15 milhões oferecida pelos EUA em 2020, durante a primeira gestão Donald Trump, foi aumentada para US$ 25 milhões em janeiro deste ano, sob o governo Joe Biden. Agora, a oferta foi duplicada para US$ 50 milhões. A recompensa se deu em resposta à indiciação de Maduro por um tribunal federal de Nova York por acusações de narcoterrorismo, conspiração para introduzir cocaína nos Estados Unidos, posse de metralhadoras e dispositivos destrutivos, além de conspiração para posse de metralhadoras e dispositivos destrutivos.