Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, declarou, em entrevista à emissora de rádio estatal Kossuth, que não há como seu país interromper as compras de petróleo e gás natural da Rússia, mesmo diante da pressão do presidente americano, Donald Trump. Orbán explicou que, apesar da boa relação com Trump, a Hungria não se sente obrigada a seguir suas recomendações.
Essa declaração surge após Trump mencionar, em conversa com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que pretendia abordar o assunto com Orbán. O presidente americano tem feito um apelo aos países da União Europeia para que cessem as importações de energia da Rússia, argumentando que isso contribui para financiar a agressão à Ucrânia.
Para Orbán, a suspensão das compras de petróleo e gás natural da Rússia causaria um impacto devastador na economia húngara. “Se a Hungria cortasse [as importações de] petróleo bruto e gás natural russos, o país enfrentaria imediatamente uma queda de 4% no PIB”, afirmou o primeiro-ministro.
Orbán alertou ainda sobre as consequências sociais: “Centenas de milhares de famílias seriam arruinadas em um instante. Não haveria energia, e o preço da que sobrasse aumentaria muitas vezes”. Considerando a situação, Orbán afirmou que a Hungria agirá em seu próprio interesse: “Agiremos de acordo, ouviremos todos, responderemos com calma a todos e, então, faremos o que for do interesse do povo húngaro”.
