A representatividade é um elemento transformador na governança corporativa, influenciando diretamente a qualidade das decisões e a sustentabilidade das organizações. Em um cenário de transformação digital, pressões competitivas globais e riscos organizacionais crescentes, a diversidade dentro dos conselhos se tornou um fator determinante para o sucesso das empresas. No entanto, a presença feminina ainda é minoritária nos conselhos do Brasil, tornando o debate sobre representatividade ainda mais urgente.
A presença de CIOs mulheres nos conselhos ganha relevância estratégica, pois carregam experiências fundamentais para o século 21, unindo visão sistêmica, domínio de transformação digital e capacidade de traduzir tecnologias emergentes em decisões empresariais. Essa combinação de competências pode fortalecer a governança e contribuir para a expansão da representatividade feminina nos mais altos níveis de decisão.
A representatividade dentro dos conselhos não está relacionada apenas à equidade de gênero, mas a um conjunto de perspectivas que enriquecem as discussões. Conselhos homogêneos tendem a enxergar problemas de forma limitada, enquanto conselhos diversos ampliam o campo de visão e fortalecem a qualidade das decisões. A representatividade influencia diretamente inovação, competitividade e capacidade de antecipar riscos, tornando-se um elemento essencial para a sustentabilidade das organizações.
Mulheres CIOs ocupam uma posição única nesse processo, pois além de contribuírem com diversidade, carregam habilidades que são fundamentais para conselhos mais preparados para lidar com desafios contemporâneos. A evolução do papel do CIO nos últimos anos transformou esse executivo em um articulador central da estratégia empresarial, o que torna a contribuição delas ainda mais valiosa.
A ausência de representatividade feminina nos conselhos não é consequência da falta de mulheres qualificadas, mas sim de barreiras estruturais que ainda dificultam o avanço. A falta de publicidade de vagas para conselhos e a dependência de redes de relacionamento são dois dos principais obstáculos. Além disso, a percepção equivocada sobre o papel do CIO como especialista técnico em vez de líder de negócios também contribui para a manutenção da representatividade feminina em níveis baixos.
Para que CIOs conquistem espaço no nível de governança, a primeira etapa é a mudança de posicionamento, comunicando ao mercado quem se tornou esse novo profissional. A segunda etapa envolve a construção de uma rede que permita visibilidade e a preparação contínua, incluindo conhecimento em áreas como finanças, sustentabilidade e impactos do clima.
A presença de mulheres nos conselhos tem demonstrado impacto direto no desempenho organizacional, tornando a qualidade das escolhas mais eficaz. Mulheres CIOs ampliam ainda mais essa diferença com sua vivência multidisciplinar e pela experiência em ambientes altamente complexos. A representatividade feminina traz sensibilidade para temas como cultura, desenvolvimento de pessoas, inovação e tecnologia, além de criar novas referências para mulheres em início de carreira ou em caminho para o C-Level.
O futuro dos conselhos será profundamente influenciado por decisões relacionadas a inteligência artificial, riscos digitais, sustentabilidade e novos modelos de negócio. A combinação entre CIOs e representatividade feminina se torna, portanto, uma força transformadora. A presença de CIOs mulheres nesses espaços tornará os boards mais preparados para lidar com essas mudanças.
A jornada para ampliar a representatividade feminina nos conselhos não é simples, mas é inevitável. Cada mulher que chega a esse nível cria um caminho mais acessível para a próxima. A presença de CIOs mulheres, em particular, impulsiona a governança para um patamar mais conectado com o futuro e mais alinhado com a complexidade do mundo atual. Representatividade exige intenção, coragem, humildade e desapego.
