Governo busca uniformizar base após derrota na CPMI do INSS

A Ministra Gleisi Hoffmann, responsável pela Secretaria de Relações Institucionais, convocou uma reunião de caráter urgente para a segunda-feira, dia 25. O encontro reunirá membros da base governista para debater a estratégia que o governo irá adotar na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. O objetivo principal dessa reunião é uniformizar a postura dos parlamentares aliados com o intuito de proteger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A CPMI, responsável por investigar as fraudes nos descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS, realizará sua primeira sessão na terça-feira, dia 26. Segundo informações obtidas pela Gazeta do Povo, uma das diretrizes que serão transmitidas aos parlamentares aliados é a proibição de faltas às reuniões e às votações de requerimentos da CPMI.
Essa estratégia surge após a oposição conseguir impor uma derrota ao Palácio do Planalto ao eleger o senador Carlos Viana (Podemos-MG) como presidente da CPMI do INSS, e o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) como relator. [https://www.gazetadopovo.com.br/republica/cpmi-inss-oposicao-derrota-governo-elege-novo-comando/]. Ambos esses nomes são considerados independentes e superaram os indicados pelo governo, o senador Omar Aziz (PSD-AM) para a presidência e o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO) para a relatoria, na semana anterior.
O episódio foi caracterizado como um “apagão de articulação” devido à ausência de diversos integrantes da base durante a instalação do colegiado. Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso, admitiu a falha e chegou a colocar seu cargo à disposição do Palácio do Planalto.
“O time entrou com salto alto, subestimou o adversário, e o adversário teve capacidade de se articular, exerceu maioria e elegeu presidente. Não procurem terceiros para responsabilizar. A culpa foi minha”, reconheceu Randolfe após a derrota.
Agora, deputados e senadores aliados ao PT serão orientados a cancelar viagens oficiais ou a adiar procedimentos médicos eletivos durante o período de funcionamento da CPMI do INSS. Essa medida visa garantir a presença da base governista nas votações, principalmente durante a análise de requerimentos para convocações.
A CPMI, com um prazo máximo de seis meses, possui potencial para gerar desgaste na popularidade de Lula. Há expectativa de que o ex-ministro Carlos Lupi, que liderava a pasta quando a crise relacionada aos descontos fraudulentos em aposentadorias e pensões veio à tona, se torne um dos primeiros convocados pela CPMI do INSS.
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