Democrata americanos propõem reconhecimento oficial do Estado Palestino

Um grupo de senadores americanos, filiados ao Partido Democrata, deu um passo importante nesta quinta-feira (18), ao apresentar uma proposta histórica para o reconhecimento oficial do Estado Palestino pelo governo norte-americano. Essa iniciativa, pioneira na Câmara Alta, serve como um precedente e abre caminho para similar em ação na Câmara dos Representantes na próxima semana.
Apesar da alta probabilidade de rejeição por parte do Senado, controlado pelos republicanos, a medida simbólica conta com o apoio de cinco senadores, sendo o principal deles Jeff Merkley, representante do estado de Oregon. A expectativa é que o representante Ro Khanna, da Califórnia, faça o mesmo em breve na Câmara Baixa.
A proposta visa o reconhecimento de um Estado Palestino “desmilitarizado”, com governo conduzido pela Autoridade Nacional Palestina e baseado nas fronteiras pré-1967. Merkley, em entrevista à imprensa, afirmou que, apesar do número inicial limitado de apoiadores, acredita que o movimento ganhará força e pressão para que os Estados Unidos tomem uma posição mais ativa.
A iniciativa representa uma ação dos legisladores progressistas em busca de se alinhar com a base de apoio que exige ações de condenação ao governo israelense em relação à ofensiva contra o grupo armado Hamas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ocupada.
O ano passado, protestos contra a campanha militar de Israel em Gaza se espalharam por diversas universidades nos Estados Unidos. Com a volta de Donald Trump à presidência em janeiro, a administração americana tem demonstrado apoio público ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e se posicionado contra a solução de dois Estados.
Paralelamente, o senador Bernie Sanders, em artigo de opinião publicado nesta quinta-feira, classificou, pela primeira vez, as ações de Israel em Gaza como “genocídio”, acusando o governo Trump de apoiar a “política de limpeza étnica em Gaza e na Cisjordânia”, supostamente impulsionada por Netanyahu. Sanders já havia liderado uma proposta no Senado para bloquear a venda de equipamentos militares a Israel.