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Servidores cobram Bônus de Natal após devolução de R$ 1,4 mi da Câmara

Categoria pressiona prefeito Antian para cumprir promessa de campanha feita em 2024 usando recursos do Legislativo.

Servidores cobram Antian sobre Bônus de Natal após devolução de R$ 1,4 milhão da Câmara

A expectativa pelo pagamento do bônus de Natal aos servidores públicos municipais de Paraguaçu Paulista ganhou um novo e decisivo capítulo nesta quinta-feira (18). Com a confirmação da devolução de aproximadamente R$ 1,4 milhão pela Câmara Municipal aos cofres do Executivo, a categoria intensificou a cobrança pelo cumprimento da promessa feita pelo prefeito Antian durante sua campanha de reeleição em 2024. Na ocasião, o chefe do Executivo atrelou o pagamento da gratificação justamente ao repasse das sobras orçamentárias do Legislativo.

O cenário atual, no entanto, é de incerteza. Embora o recurso tenha retornado aos cofres da Prefeitura, o funcionalismo público aguarda uma manifestação oficial que garanta a destinação da verba para o abono natalino. Até o momento, o Executivo mantém silêncio sobre o cronograma de pagamentos, gerando apreensão entre os trabalhadores que contavam com o valor para o fechamento das contas de fim de ano.

A promessa de campanha e o compromisso financeiro

A raiz da insatisfação dos servidores reside na memória recente do período eleitoral. Em outubro de 2024, Antian assegurou publicamente, inclusive em material de vídeo, que os recursos devolvidos pela Câmara seriam utilizados para honrar o bônus de Natal do funcionalismo. Essa declaração criou um compromisso moral e administrativo com a categoria, que agora vê o dinheiro disponível, mas sem a garantia do depósito.

A devolução do montante, oficializada pelo presidente da Câmara, Fábio Santos, foi resultado de uma gestão econômica no Legislativo, que abriu mão de reformas e aquisições previstas para auxiliar o município. A expectativa era de que essa injeção de liquidez facilitasse o cumprimento das obrigações com os servidores, sem comprometer o equilíbrio fiscal.

Decreto de contenção e o receio da categoria

O principal obstáculo para a concretização do pagamento parece ser o próprio cenário fiscal da Prefeitura. Fontes internas apontam que o decreto de contenção de gastos, assinado recentemente por Antian para limitar despesas no encerramento do exercício de 2025, pode travar a liberação do benefício.

Existe um temor real entre os servidores de que o valor de R$ 1,4 milhão seja absorvido para cobrir outros “buracos” orçamentários ou dívidas da gestão, inviabilizando a gratificação. O argumento de contingenciamento, embora técnico, é visto pela categoria como uma quebra de confiança, transferindo para o trabalhador o ônus de possíveis falhas no planejamento financeiro municipal.

Enquanto a Prefeitura não esclarece se honrará a palavra empenhada ou se priorizará outras despesas, o clima no paço municipal é de tensão. Resta saber se o Natal de 2025 será marcado pela valorização do servidor ou pela frustração de uma promessa não cumprida.

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