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Os 4 Pilares da Educação: uma base para formar cidadãos completos

A educação é muito mais do que o simples repasse de conteúdos, sendo também um processo contínuo que envolve descobertas, convivência e autoconhecimento. Nesse contexto, a UNESCO propôs, no relatório Educação: um tesouro a descobrir (1996), um conjunto de princípios que servem de guia para repensar o ensino e a formação humana. São os chamados 4 pilares da educação, que apontam para um aprendizado mais integral, humano e duradouro.

Entendendo os 4 pilares da educação

Os 4 pilares da educaçãoaprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser — buscam equilibrar as dimensões intelectual, prática, social e pessoal do desenvolvimento. Eles funcionam como uma bússola para educadores, gestores e famílias que desejam promover um ensino que ultrapasse os limites da sala de aula e alcance o cotidiano dos estudantes.

Cada pilar traz um convite à reflexão sobre o papel da escola e da cultura na formação das novas gerações. A seguir, exploramos o significado e a relevância de cada um.

Educação

Aprender a conhecer: o prazer de descobrir

“Aprender a conhecer” vai além da memorização. Trata-se de despertar o gosto pelo aprendizado, a curiosidade e a capacidade de pensar criticamente sobre o mundo. Para que isso aconteça, é essencial estimular a investigação e a autonomia intelectual dos alunos.

Professores podem favorecer esse pilar ao criar ambientes em que o erro seja visto como parte do processo e em que o estudante sinta-se livre para perguntar e experimentar ((sem perguntas proibidas). A cultura, nesse sentido, oferece um vasto repertório — literatura, arte, história e ciência — que enriquece a compreensão do mundo e amplia horizontes.

Aprender a fazer: conhecimento em ação

O segundo pilar destaca a importância da prática. “Aprender a fazer” significa aplicar o que se aprende, desenvolver competências e transformar o saber em ação. Esse pilar ganha força quando a escola oferece oportunidades concretas de experimentação: projetos, oficinas, atividades extracurriculares e vivências comunitárias.

Na perspectiva da cultura e da educação, o fazer está diretamente ligado à criatividade e à capacidade de produzir sentido. Ensinar a fazer é também ensinar a resolver problemas, a colaborar e a adaptar-se às mudanças — habilidades fundamentais no século XXI.

Aprender a conviver: o valor das relações humanas

Em uma sociedade cada vez mais diversa, o pilar “aprender a conviver” é essencial. Ele nos lembra de que o aprendizado não ocorre isoladamente, mas nas trocas e nas relações com o outro. A escola tem papel central nesse processo, pois é um espaço privilegiado de convivência e respeito às diferenças.

Trabalhar esse pilar significa incentivar o diálogo, a empatia e o trabalho em equipe. Envolve também promover a cultura de paz, a escuta ativa e a resolução construtiva de conflitos. Assim, o ambiente escolar se torna um campo fértil para o desenvolvimento de cidadãos éticos e solidários.

Aprender a ser: a dimensão humana do aprendizado

Por fim, o quarto pilar, “aprender a ser”, integra todos os anteriores. Ele trata do desenvolvimento pessoal, emocional e espiritual do indivíduo. A educação, sob essa perspectiva, deve ajudar o estudante a construir uma identidade equilibrada, consciente e capaz de exercer a liberdade com responsabilidade.

Mais do que formar profissionais, a missão da escola é contribuir para a formação de pessoas completas — seres humanos capazes de pensar, sentir, agir e conviver em harmonia consigo mesmos e com o mundo ao redor.

Os 4 pilares da Educação

Os 4 pilares da educação como guia permanente

Os 4 pilares da educação continuam atuais e necessários. Eles orientam práticas pedagógicas que valorizam o ser humano em sua totalidade e oferecem uma visão ampla de aprendizado, que combina conhecimento, ação, convivência e autodescoberta.

Para professores, pais e gestores escolares, revisitar esses pilares é uma oportunidade de fortalecer o compromisso com uma educação que forma não apenas mentes preparadas para o trabalho, mas corações e consciências preparados para a vida.

 

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Davi "Nana Kofi Adom" Valukas

Davi Valukas é músico, poeta, ensaísta, redator, professor, designer instrucional, especialista em gamificação e embaixador cultural. Representa o Reino Bunyoro Kitara no Brasil, monarquia subnacional localizada em Uganda, na região dos Grandes Lagos, na África Oriental, além de ser membro de diversas organizações socioculturais de diversos países. Atua na interseção entre Cultura, Tradição & Inovação, Tecnologia e Educação. É graduado em Gestão de Recursos Humanos, com pós-graduações lato sensu em Docência dos Ensinos Médio, Técnico e Superior, em Educação Musical e Ensino de Artes e em Semiótica e Análise do Discurso, além de ser pós-graduando em História Cultural. Recebeu alguns prêmios por sua atuação cultural, entre eles a Comenda da Ordem do Mérito Cultural Carlos Gomes, da Sociedade Brasileira de Artes, Cultura e Ensino, e a Comenda das Letras da Ordem do Mérito Histórico-literário Castro Alves, da Confederação de Ciências, Letras e Artes do Brasil. Nascido em Araraquara-SP, vive desde 2012 em Uberlândia-MG com sua esposa, filha e genro.

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