Representantes contra deputados acusados de obstruir Plenário da Câmara

O presidente da Câmara, Hugo Motta, tomou a decisão de encaminhar para a Corregedoria todas as representações formuladas por partidos políticos contra deputados que participaram da obstrução física do plenário nos dias 5 e 6 de agosto. Dentre os parlamentares que estão no centro das atenções, destacam-se cinco: Marcos Pollon (PL-MS), Zé Trovão (PL-SC), Júlia Zanatta (PL-SC), Marcel van Hattem (Novo-RS) e Camila Jara (PT-MS). Vale ressaltar que Camila Jara, por ser filiada ao PT, se desvia do perfil majoritariamente da bancada do PL dos outros quatro parlamentares.
A tensão atingiu seu ápice na noite de quarta-feira (6), quando os deputados resistiam à ordem de desocupação da Mesa Diretora. Van Hattem se tornou o último a ceder a cadeira a Motta, alegando desconhecer o acordo para o encerramento do protesto. Em comunicado, o deputado qualificou a tentativa de punição como “absurda” e afirmou que continuará “firme” na defesa de seus ideais.
Camila Jara foi acusada por Nikolas Ferreira (PL-MG) de tê-la empurrado, o que ela nega, atribuindo o contato ao tumulto. Partidos de esquerda, por sua vez, alegan que Zé Trovão tentou impedir fisicamente Motta de reassumir a presidência da Câmara. Dias antes, Pollon havia insultado o presidente da Câmara.
O Conselho de Ética, responsável por analisar as representações já na próxima semana, também deve receber mais de 20 novos pedidos contra outros parlamentares. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou seu apoio à punição com perda de mandato para os envolvidos no protesto que paralisou o plenário nos dias 5 e 6 de agosto.
Presidido por Fábio Schiochet (União-SC) e com maioria de partidos do Centrão, o Conselho de Ética terá o importante papel de julgar a punição aos deputados envolvidos no protesto que paralisou o plenário nos dias 5 e 6 de agosto. Hugo Motta indicou a suspensão de até seis meses à Corregedoria, que, por sua vez, as encaminhará ao Conselho para o sorteio do relator, seguindo critérios que impedem parlamentares do mesmo estado ou partido dos investigados.
Em nota, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que as manifestações no plenário que motivaram as representações contra deputados da bancada do partido tiveram caráter “pacífico e legítimo”, com o objetivo de retomar a discussão da anistia e reforçar a defesa da autonomia entre os Poderes.
Costa Neto declarou apoio integral aos parlamentares, afirmando que eles agiram “movidos pela responsabilidade de representar milhões de brasileiros” e reiterou confiança no devido processo legal para reconhecer a legitimidade das ações.