Manifesto Público FORMASTER – Fórum de Maestros e Mestres de Música
“A música é o vínculo que une a vida do espírito à vida dos sentidos. A melodia é a vida sensível da poesia.” Beethoven
É amplamente sabido que a situação da maior parte das instituições vinculadas à música de concerto no Brasil não é nada satisfatória. Sabe-se também que isso não é fenômeno recente, mas que vem se agravando a décadas.
Contudo, com o advento da pandemia do coronavírus, o que antes era subentendido tornou-se claro e explícito: a falta de incentivo, seja estatal através de políticas públicas consistentes, seja privado através de empresas que se abram à possibilidade de investimentos culturais como contribuição social, seja através da filantropia, traço infelizmente ainda incólume na sociedade brasileira, apesar dos brilhantes esforços pontualmente encontrados em alguns setores da sociedade, não permite que o setor das orquestras, maestros, coros e demais entidades ligadas à música de concerto tenha uma sobrevivência sustentável.
Não estamos falando apenas de concertos em teatros luxuosos, mas também, e principalmente, do caráter civilizatório e educacional desse gênero musical. Há diversos estudos que comprovam a ligação do estudo musical, especialmente no campo erudito, ao desenvolvimento intelectual das crianças. Não se trata simplesmente de promover esse tipo de estudo nas escolas como uma forma de dar entretenimento aos alunos após um dia cansativo de aulas “mais sérias”, mas de incorporar a músicas ao currículo como forma de elevar a qualidade do ensino.
Infelizmente, projetos desse tipo somente são encontrados em um ou outro rincão do país. Sempre que projetos mais abrangentes são apresentados, há algum tipo de entrave que não permite sua continuidade, e isso tudo reflete na falta de estrutura enfrentada por essas instituições por todo o território nacional. Ainda na década de 1930, o maestro e compositor Heitor Villa-Lobos criou um projeto de educação musical nacional baseado na ideia dos antigos coros orfeônicos, muito utilizados em indústrias no início do século XX, que consistia em reforçar o civismo, o patriotismo e o gosto musical da juventude. Lamentavelmente, por conta do caráter tecnicista do ensino público brasileiro, esse projeto magnífico acabou sendo deixado de lado alguns anos depois.
Por conta dos pontos acima elencados, avolumou-se a insatisfação entre profissionais do setor. Tal insatisfação, por sua vez, gerou a necessidade de uma articulação entre maestros e mestres de música, a fim de que haja um fortalecimento através da cooperatividade.
Surgiu então, em julho de 2020, o FORMASTER – Fórum de Maestros e Mestres de Música, composto por diversos profissionais de vários estados da República Federativa do Brasil. Tais maestros e mestres de música, advindos de instituições com diversos perfis diferentes, como orquestras sinfônicas, orquestras sociais e até mesmo conjuntos privados que tocam em eventos culturais, educacionais e/ou sociais, como casamentos e cerimônias em geral, têm em comum a vontade de ver a prosperidade cultural, social, musical e econômica tornar-se uma regra entre todos os que participam dessa cadeia invisível de talentos e esforços, muitas vezes mal recompensados.
Dentre os objetivos do grupo, estão o pleiteamento de melhores condições de acesso a editais publicados pelas esferas federal, estaduais e municipais, a busca por parcerias privadas, considerando o poder de retorno comercial e social que a música de concerto é capaz de trazer, além da troca de experiências entre profissionais com realidades e idiossincrasias tão distintas.
Em suma, a divulgação deste documento tem o intuito de publicizar as intenções acima externadas, servindo como uma mola propulsora àqueles que porventura ainda estejam fragilizados pelo isolamento não apenas social, ocasionado pelas restrições impostas pelo Covid-19, mas principalmente pelo isolamento cultural, econômico e profissional.
Compõem o FORMASTER os seguintes profissionais:
Gilmar de Assis – fundador
Roberto Farias – decano
Davi Valukas – secretário
Dante Mantovani
Samuel de Siqueira
Manoel Macário
Beetholven Cunha
Wellington Gama
Nailse Machado
Marcelo Maganha
Rogério Figueira
Jonas Mafra
Gustavo Manfrim
Rafael Rissi
Everton Rodrigues
Valter Trevisan
Jonathan Santos
Natália Larangeiras
Israel Menezes
Henrique Machado
Rodrigo Belchior
Vinícius dos Santos Pereira
Juliano Marques Barreto
Claudemir Trevisan
Luciano Torres
Davi Oliveira
Giordana Lube
João Evangelista
Dilber Alonso
Rafael Pires
Eliseu Ferreira da Silva
Diego Padovezi Anderson Carnizello Agostinho Fonseca Jr.