Em uma operação que visa desmantelar uma sofisticada quadrilha envolvida em fraudes contra uma empresa de aplicativos de transporte no Rio de Janeiro, policiais civis estão realizando buscas em cinco endereços nesta quarta-feira (13). A ação, batizada de Operação Rota Falsa, investiga um esquema que causou prejuízos avaliados em mais de R$ 100 mil à plataforma.
As investigações revelaram que os criminosos exploravam uma falha no sistema de pagamentos via Pix do aplicativo. Eles criavam contas falsas, tanto de motoristas quanto de passageiros, para solicitar corridas e, durante o trajeto, adicionavam múltiplas paradas inesperadas. Esse artifício aumentava o valor final da corrida, com a empresa pagando integralmente o motorista falso, enquanto a conta do passageiro, que não efetuava o pagamento, ficava inativa.
A empresa de tecnologia responsável pela plataforma identificou mais de 2 mil corridas com indícios de fraude. A quadrilha utilizou 480 contas em nomes falsos, sendo 478 delas criadas a partir de um único endereço residencial de um dos investigados. A investigação também constatou que grande parte das contas bancárias associadas ao aplicativo estavam vinculadas a outra pessoa envolvida no esquema.
Para criar as contas falsas, os criminosos burlaravam o sistema de verificação da plataforma. Utilizavam inteligência artificial para manipular imagens digitalmente e também recorriam a imagens físicas de outras pessoas impressas em papel, sobrepostas a seus próprios rostos durante o processo de verificação.
Em nota oficial, a Uber afirmou que seus mecanismos antifraude detectaram os casos relatados, levando à denúncia às autoridades. A empresa vem colaborando com as investigações para a identificação e responsabilização dos suspeitos.
