Política e Economia

PF investiga ex-nora de Lula por tráfico de influência em contratos de materiais educacionais

A Polícia Federal (PF) voltou a se aproximar do círculo do presidente Lula, desta vez com foco em uma ex-nora de Lula, Carla Trindade, que é apontada como peça central de um esquema de tráfico de influência em Brasília, para facilitar contratos de materiais educacionais com superfaturamento. Este é o ponto de partida do programa Última Análise desta quinta-feira (13).

A PF não é estranha a escândalos envolvendo o nome “Lula da Silva”, seja enteado, marido, filho ou qualquer outro parente. É um padrão que se repete, segundo o vereador Guilherme Kilter, que lembra os tempos da Operação Lava Jato. “Vira e mexe aparece um escândalo de corrupção envolvendo o nome ‘Lula da Silva’ em uma operação da PF. É bem emblemático”, ressaltou Kilter.

Outro alvo da ação da PF foi o empresário Kalil Bittar, ex-sócio do filho de Lula, que teria atuado para a mesma empresa. Alvo de busca e apreensão, Kalil é irmão de Fernando Bittar, um dos donos do sítio de Atibaia, investigado pela Lava Jato. De acordo com a PF, ele recebia uma “mesada” para defender seus interesses junto ao governo.

O escritor Francisco Escorsim lembra que relações famíliares espúrias, como as da família de Lula, são reflexo de um problema crônico do país. “Infelizmente, no Brasil, isso de uma família fazer parte do aparato estatal é comum. Está entranhado na história brasileira, desde a colônia. É o famoso ‘patriotismo’ brasileiro”, afirma ele.

Nesta quinta-feira (13), a PF deflagrou a nova fase da Operação Sem Desconto, resultando em nove mandados de prisão e 63 de busca e apreensão em 14 estados e no Distrito Federal, como parte de um suposto esquema de fraudes em benefícios previdenciários. O ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, além de outros envolvidos, foram presos.

“A CPI do INSS enfrentava um bloqueio. Existia uma grande muralha, formada pela grande imprensa, que não noticiava os fatos; pelo Judiciário, que não tratava o tema como prioridade; pela classe política, que encontrava formas de atenuar seu avanço. Agora, essa muralha parece começar a ruir”, disse o professor da FGV Daniel Vargas.

No entanto, há outra preocupação em andamento. O Departamento de Guerra dos Estados Unidos anunciou a chegada do USS Gerald R. Ford, o maior porta-aviões do mundo, à América Latina, para reforçar a frota americana na região, em meio à crescente tensão com a Venezuela. Por meio de um comunicado, o porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, informou que a embarcação ajudará a “combater o narcotráfico e a desmantelar organizações criminosas transnacionais”.

A magnitude do feito é comparável à “Crise dos Mísseis”, em 1962, quando Estados Unidos e União Soviética, durante a Guerra Fria, quase chegaram a uma guerra nuclear, devido à instalação de mísseis balísticos soviéticos em Cuba. “10% de toda a base militar americana se encontra de prontidão para atacar a Venezuela. Eles têm mais porta-navios, submarinos, aviões e milhares de soldados americanos. Ou seja, não é à toa”, explica Kilter.

Além disso, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou unanimidade para tornar réu o perito computacional Eduardo Tagliaferro, pelos crimes de violação de sigilo funcional, coação no curso do processo e obstrução de Justiça, entre outros. Tagliaferro foi assessor no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de agosto de 2022 a maio de 2023. Após a exoneração, passou a divulgar mensagens de grupos de trabalho, que revelariam uma estrutura informal de Alexandre de Moraes para perseguir opositores.

“A decisão é assustadora, pois o objetivo é transmitir uma mensagem clara para todos no Brasil. Se você ousar bater de frente, comunicar informações e desafiar altas lideranças no Judiciário, será perseguido, julgado e punido”, sustenta Vargas.

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