Putin Anuncia Produção em Massa de Mísseis Balísticos Nucleares

Em meio a uma escalada de tensões internacionais, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou na sexta-feira, 1º de setembro, o início da produção em massa dos mísseis balísticos de alcance médio Oreshnik, os quais possuem a capacidade de transportar ogivas nucleares.
A declaração de Putin ocorre após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que posicionou dois submarinos nucleares em áreas estratégicas em resposta a provocações de Dmitry Medvedev, ex-presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Federação Russa. Medvedev, considerado por analistas não como um porta-voz oficial da política de Putin, tem feito repetidas ameaças nucleares contra o Ocidente desde o início da invasão russa na Ucrânia.
A decisão de Trump de reposicionar os submarinos nucleares foi vista como uma retórica de confronto em resposta às declarações de Medvedev. Putin, por sua vez, classificou o anúncio da produção em massa dos Oreshnik como uma resposta de igual para igual.
Durante o anúncio, feito ao lado do presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, Putin afirmou que os Oreshnik já estão sendo incorporados pelo exército russo e que a primeira leva está pronta para ser enviada à Bielorrússia ainda em setembro. “O trabalho preparatório está em andamento, e muito provavelmente estaremos concluindo antes do final do ano”, afirmou Putin.
Vale lembrar que a Rússia já utilizou os mísseis Oreshnik, com explosivos não nucleares, para atacar a Ucrânia. Em novembro de 2022, o ataque a uma fábrica em Dnipro, quarta maior cidade da Ucrânia, foi justificado por Moscou como uma resposta ao uso de mísseis americanos de longo alcance pela Ucrânia contra a Rússia, sob aprovação do governo americano, liderado por Joe Biden.
Após o ataque, Putin elogiou o armamento, afirmando que seu poder de destruição é equivalente ao de uma arma nuclear, um ponto que foi negado por especialistas.
Putin já havia destacado o Oreshnik como uma “arma de alta precisão” e afirmou que “ninguém no mundo” possui um sistema como este. “Sim, mais cedo ou mais tarde outras potências também o terão […] Mas isso será amanhã, ou daqui a um ou dois anos, e nós temos agora e isso é o importante”, afirmou o presidente russo em novembro de 2022.
O anúncio da produção em massa dos Oreshnik intensifica ainda mais as tensões nucleares entre Rússia e Estados Unidos.