Política e Economia

Senadores Brasileiros em Washington para Negociar Tarifas sobre Produtos Brasileiros

Uma comitiva de senadores brasileiros, com o objetivo de negociar as tarifas de 50% impostas a produtos brasileiros pela administração americana, chegou aos Estados Unidos neste sábado (26). Cinco dos oito parlamentares que compõem a delegação: Tereza Cristina (PP-MS), Nelsinho Trad (PSD-MS), Esperidião Amin (PP-SC), Fernando Farias (MDB-AL) e Marcos Pontes (PL-SP), realizaram uma primeira reunião para alinhar os temas que serão abordados nas negociações.

Marcos Pontes, em nota oficial, destacou que o encontro marcou o início das atividades presenciais da delegação e teve como foco atualizar os parlamentares sobre os temas prioritários e unificar os pontos a serem discutidos com os americanos.

A expectativa é que os senadores Carlos Viana (Podemos-MG), Jaques Wagner (PT-BA) e Rogério Carvalho (PT-SE) se juntem ao grupo em Washington neste domingo (27). Marcos Pontes ressaltou que o objetivo das reuniões é aproximar os parlamentos dos dois países, facilitando a compreensão mútua e a tramitação de projetos importantes para Brasil e Estados Unidos.

Em 9 de agosto, o presidente americano, Donald Trump, anunciou a implementação das tarifas a partir de 1º de agosto. Trump alega que os EUA sofrem déficit na relação comercial com o Brasil, informação contra- ARGUMENTADA pela Amcham, a Câmara Americana de Comércio para o Brasil, que apontou um superávit de US$ 1,7 bilhão para os EUA no primeiro semestre de 2025, representando um aumento de cerca de 500% em relação ao mesmo período de 2024.

Em resposta, o presidente Lula (PT) afirmou, em nota, que estatísticas do próprio governo americano comprovam um superávit dos EUA no comércio de bens e serviços com o Brasil na ordem de US$ 410 bilhões nos últimos 15 anos. Além dos argumentos comerciais, Trump também criticou o julgamento de Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado.

O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) condicionou uma possível negociação com os americanos à aprovação de uma anistia “ampla, geral e irrestrita” aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, coordena o grupo de trabalho que busca negociar com os EUA, mas encontra resistência. Em conversa com jornalistas na noite de quinta-feira (24), Alckmin declarou ter conversado por 50 minutos com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, no último sábado (19).

No entanto, Lutnick afirmou neste domingo (27) que as tarifas entrarão em vigor no dia 1º de agosto, sem prorrogações ou períodos de carência. Diante dessa dificuldade, os senadores decidiram formar uma delegação para tentar reabrir canais de diálogo com o Congresso americano.

Nelsinho Trad, presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE), afirmou à Rádio Senado no dia 24 que “não temos outra opção a não ser tentar voltar ao que era anteriormente. Muitos setores estão sendo prejudicados — indústria, Embraer, o agro, [as vendas de] suco de laranja e carne. Isso realmente vai afetar a geração de emprego no Brasil, há muitas demissões previstas. Mas nós estamos otimistas e que possamos reverter isso”.

A Câmara dos Deputados dos EUA iniciou seu recesso de cinco semanas no dia 22, enquanto o Senado americano terá sessões até 31 de julho. A expectativa é que os senadores se reúnam com empresários dos dois países na segunda-feira (28), seguidos por encontros com parlamentares americanos na terça-feira (29).

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