
O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta sexta-feira que a Corte não descarta uma resposta contra as sanções impostas pelo governo norte-americano a membros do tribunal. De acordo com o ministro, a intenção é aguardar o término do julgamento da ação penal referente à tentativa de golpe de Estado para que se possa avaliar eventual ação, seja ela política ou judicial.
Até o momento, pelo menos seis ministros do STF foram alvo de sanções do governo do presidente Donald Trump, incluindo a suspensão de vistos de viagem e a aplicação da Lei Magnitsky. Entre eles estão Edson Fachin, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Gilmar Mendes, além de Alexandre de Moraes, relator dos processos, e sua esposa.
O Núcleo 1 do processo penal relacionado à trama golpista é composto pelo ex-presidente e sete aliados, todos já condenados. Os núcleos 2, 3 e 4 aguardam julgamento, com expectativa de conclusão até o final do ano. Vale destacar que Nunes Marques e André Mendonça, nomeados por Bolsonaro, e Luiz Fux, não foram alvo de sanções.
Em sua fala, o presidente do STF também abordou a pacificação do país diante da crescente polarização política. Para Barroso, aqueles que temem ser presos por participação na trama golpista desejam conflitos, e não a pacificação. Ele acrescenta que sua maior frustração reside em não ter conseguido promover esse apaziguamento.
Na próxima segunda-feira, Edson Fachin e Alexandre de Moraes assumirão os cargos de presidente e vice-presidente do STF, respectivamente. Barroso finalizará seu mandato de dois anos à frente da Corte.