Última Análise: Medidas Cautelares de Moraes e o Debate sobre Liberdade de Expressão no Brasil

Em meio a debates acalorados sobre as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a reação da grande imprensa, o programa Última Análise, da Gazeta do Povo, mergulhou na polêmica.
A análise se concentrou nas medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, após a decisão do ministro de proibir publicações em redes sociais de terceiros. Diversos veículos de imprensa se posicionaram publicamente, publicando editoriais que criticavam a conduta do ministro. O Estadão, por exemplo, intitulado editorial como “Um caso escandaloso de censura”, argumentou a violação do princípio do devido processo legal e dos direitos fundamentais de Bolsonaro.
Francisco Escorsim, escritor e comentarista, usou a expressão “esquizofrenia intelectual” para descrever a situação, afirmando que os atos dos manifestantes do dia 8 de janeiro não se comparam aos abusos cometidos pelo próprio STF, que se propõe a defender a democracia.
Já O Globo, em seu editorial “Proibir entrevista é indevido e inoportuno”, defendeu a liberdade de expressão do ex-presidente, destacando que, antes de qualquer condenação, Bolsonaro deveria ter o direito de se manifestar em entrevistas. O jornal enfatizou a importância do processo judicial se desenrolar de forma pública e transparente para toda a sociedade.
Deltan Dallagnol, ex-procurador da República, criticou a postura de O Globo, argumentando que a palavra “censura” deveria ser explicitamente mencionada e que a expressão “inoportuno” seria substituída por “inconstitucional”.
A Folha de São Paulo, por sua vez, publicou o editorial “Só Trumps e Bolsonaros lucram com a força bruta”, expressando a crítica direta à “obsessão censora” do ministro Alexandre de Moraes, argumentando que tal postura deveria ser reavaliada.
Escorsim, ao comentar sobre a expressão “obsessão censora”, sugeriu que ela reflete um esgotamento por parte do ministro, que, em sua busca por controle, deixa um rastro de ações controversas. O escritor especulou que, com o passar do tempo, a gravidade dessas ações ficará ainda mais evidente.
O debate sobre a liberdade de imprensa se intensificou com a análise das medidas cautelares de Moraes, que atingiram não apenas as redes sociais, mas também a capacidade de veiculação de entrevistas em plataformas de terceiros. André Marsiglia, jurista, defende a unidade entre a liberdade de mídia e de expressão nas redes sociais, argumentando que ambas são essenciais para a democracia. Marsiglia demonstra um otimismo em relação ao papel da imprensa, contrastando com sua crítica ao Judiciário, ao qual ele não atribui mais esperanças de progresso.