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Óleos Essenciais da Amazônia Contra Parasitas do Tambaqui

O tambaqui, o peixe nativo mais cultivado no Brasil, enfrenta uma ameaça séria: parasitas que atacam suas brânquias e comprometem sua respiração. Essa infestação causa prejuízos significativos à piscicultura. Atualmente, o controle desses parasitas se baseia em produtos químicos tradicionais, mas essa prática apresenta riscos à saúde dos manipuladores, impactos ambientais e a possibilidade de resistência dos parasitas.

Em busca de alternativas mais sustentáveis, a Embrapa vem desenvolvendo um estudo que demonstra a eficácia do uso de óleos essenciais extraídos de plantas da Amazônia para combater esses parasitas. A pesquisa foca em três espécies do gênero Piper: Piper callosum, Piper hispidum e Piper marginatum.

O estudo, realizado em rede com a Embrapa Amapá, a Universidade Federal do Amapá e a Embrapa Amazônia Ocidental, envolveu o cultivo dessas espécies no Amazonas. O pesquisador Francisco Célio Chaves detalha o processo de cultivo: “A partir do viveiro, a produção das mudas em 60 dias é transferida para o cultivo definitivo. Durante o período seco, a irrigação é utilizada para garantir o desenvolvimento das plantas. Após 90 ou 100 dias, é possível colher as plantas, que são levadas para um galpão onde se secam naturalmente à sombra. Posteriormente, essa biomassa seca é transportada para o laboratório para a extração dos óleos essenciais.”

Após a destilação, os óleos essenciais passam por análises da composição química e testes laboratoriais, incluindo banhos terapêuticos em peixes. Os resultados demonstraram eficácia na eliminação dos vermes monogenéticos.

O controle de parasitas representa até 22% dos custos totais de cultivo, o que torna a utilização de soluções naturais, como os óleos essenciais, ainda mais estratégica. Os pesquisadores esperam que esse estudo sirva como base para orientar técnicos e piscicultores, incentivando a adoção desses óleos como alternativa aos tratamentos quimioterápicos.

Apesar dos avanços, os cientistas alertam para a necessidade de superar desafios, como a disponibilidade e o custo da produção em larga escala dessas plantas medicinais, para que o potencial dos óleos essenciais possa ser plenamente explorado na piscicultura.

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