Oposição Bloqueia Sessões do Congresso em Protesto Contra Prisão Domiciliar de Bolsonaro

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, declarou que a oposição não participará da reunião de líderes agendada para as 16h com o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB), com o objetivo de negociar a desocupação da mesa diretora. A reunião ocorre um dia após parlamentares impedirem a retomada das sessões após o recesso de meio de ano, em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Cavalcante anunciou, em entrevista à GloboNews, que a oposição, incluindo o PL, Novo, PP e União Brasil, está em um processo de obstrução e já comunicou a Hugo Motta sua decisão de não comparecer ao encontro. Segundo ele, a desobstrução das casas legislativas só ocorrerá após um diálogo com Motta e Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado.
O parlamentar afirmou que a obstrução dos trabalhos do Congresso se deve não somente à prisão de Bolsonaro, mas também à desmoralização do Legislativo ocorrida antes do recesso parlamentar. Ele se refere à decisão de Moraes de derrubar o decreto parlamentar que suspendia os efeitos do aumento do IOF pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na véspera, Sóstenes e parlamentares da oposição haviam prometido obstruir as sessões da Câmara e do Senado até que Motta colocasse para votar o projeto de lei que concederia uma anistia ampla, geral e irrestrita aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, e até que Alcolumbre iniciasse o processo de impeachment de Moraes e o fim do foro privilegiado, o que levaria o julgamento de Bolsonaro à primeira instância.
Cavalcante reiterou a necessidade de que os presidentes de ambas as casas devolvam ao Congresso suas prerrogativas constitucionais e que o diálogo com Motta e Alcolumbre seja realizado conjuntamente. Ele prometeu continuar a obstrução caso não haja esse diálogo conjunto.