CPMI investiga Nelson Wilians sobre descontos ilegais no INSS

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS apresentou ao advogado Nelson Wilians uma série de questionamentos sobre movimentações financeiras suspeitas. Entre as investigações, a CPMI busca desvendar descontos ilegais em folhas de pagamento de aposentados e a possível participação de Wilians nesses atos.
A investigação aponta para transações de cerca de R$ 28 milhões entre Wilians e Maurício Camisotti, um dos personagens envolvidos no esquema, segundo apurações da Polícia Federal. A compra de um terreno por Wilians de Camisotti, no valor de R$ 22 milhões, também foi alvo de questionamentos. Diante das perguntas, Wilians se manteve em silêncio, reiterando que não tem envolvimento com o objeto da CPMI.
A postura do advogado se deu após o Supremo Tribunal Federal (STF) conceder a ele o benefício do silêncio durante o interrogatório, solicitado por meio de um habeas corpus. Apesar de não ser obrigado a declarar a verdade, Wilians compareceu à comissão e negou qualquer relação com os fatos investigados.
A investigação da CPMI também se aprofunda nas relações de Wilians com José Dirceu, ex-ministro e figura histórica do PT. O relator da comissão, Alberto Gaspar, sugeriu a possibilidade de Dirceu ter auxiliado Wilians na obtenção de um contrato com o Banco do Brasil há cerca de dez anos. A alegação, porém, não foi respaldada por provas. Wilians não respondeu à pergunta sobre Dirceu e reafirmou sua falta de envolvimento com o escândalo do INSS.
Além dos questionamentos sobre o contrato com o Banco do Brasil, a CPMI também indaga sobre a suposta ligação de uma empresa de Wilians com ocultação de recursos através da posse de 23 veículos de luxo. A empresa, dona de 20% das participações na NW Group, teria comprado os veículos e ocultado-os no estacionamento de um shopping como parte de um esquema de lavagem de dinheiro proveniente de descontos ilegais em folhas de pagamento de aposentados.
A CPMI também investiga a possibilidade de Wilians ser sócio oculto de uma das associações investigadas por receber recursos descontados ilegalmente da folha de pagamento de aposentados. O advogado não respondeu ao questionamento sobre esse assunto.