Álvaro Uribe Condenado a 12 Anos por Fraude Processual e Suborno

O ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, condenado a doze anos de prisão por fraude processual e suborno de testemunha, pronunciou-se sobre o julgamento que o levou à sentença. Uribe afirmou veementemente que o processo foi tendencioso, acusando a juíza Sandra Heredia de parcialidade e desrespeito à sua família.
“As demonstrações de temperamento, a intolerância direcionada à defesa, à minha família e a mim mesmo, evidenciam a existência de parcialidade nesse processo. Essa questão deve ser levada em consideração pelo sistema de justiça nacional, pelos órgãos competentes e pelo sistema de justiça internacional”, argumentou Uribe na sexta-feira (1).
A declaração ocorreu após Heredia, juíza da 44ª Vara Criminal do Circuito de Bogotá, ler a sentença contra o ex-presidente. Uribe, de 73 anos, reage com veemência à decisão, classificando-a como abusiva, ilegal e contrária às normas legais, éticas e morais. “Essa é uma sentença com determinantes políticos e tendenciosos”, afirmou.
O ex-mandatário, fundador do partido de direita Centro Democrático e opositor do atual presidente Gustavo Petro, insistiu na ideia de que havia um “discurso político” por trás da condenação. Ele alega ter sido considerado culpado na segunda-feira (31) por dois crimes, com base em uma narrativa política e não em provas concretas.
O processo que culminou na condenação de Uribe teve início em 2012, quando o ex-presidente processou o senador de esquerda Iván Cepeda, que preparava uma denúncia contra Uribe no Senado, alegando ligações com paramilitares. Uribe, por sua vez, acusou Cepeda de manipulação de testemunhas perante a Suprema Corte de Justiça.
No entanto, o magistrado do caso não só rejeitou a denúncia de Cepeda, como também ordenou uma investigação contra Uribe por suposta tentativa de “comprar” testemunhas falsas em prisões, através de seu advogado Diego Cadena. A investigação apontou para a busca de testemunhas que incriminariam Cepeda, entre ex-paramilitares presos.
Uribe, porém, nega veementemente a acusação. “Não há uma única prova que sustente essa decisão política que me condena,” afirmou. Ele contestou o argumento da promotoria, aceito pelo juiz, de que teria mandado Cadena encontrar testemunhas contra Cepeda.