
A diplomacia é a construção da paz, um elo entre o saber e a luz, uma fonte de alegria de viver. É isso que nos lembra um dos maiores intelectuais da história brasileira, o professor Antonio Houaiss, em suas palavras de sabedoria. Como um amigo e um velho colega, ele nos convida a ser operários desse processo, a construir juntos a harmonia e a compreensão.
Nascido no Rio de Janeiro em 15 de outubro de 1915, filho de imigrantes libaneses, Houaiss cresceu em uma família que valorizava o saber e a cultura. Sua relação com a língua portuguesa começou na Faculdade Nacional de Filosofia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde se tornou bacharel e obteve licença para ensinar português, latim e literatura. A formação de Houaiss foi rigorosa e profunda, e ele logo se destacou como um dos principais filólogos e diplomatas do país.
Ao longo da sua carreira, Houaiss desempenhou papéis importantes no cenário político e cultural brasileiro. Foi secretário da delegação permanente do Brasil na Organização das Nações Unidas, entre 1947 e 1949, e ministro da cultura no governo de Itamar Franco, em 1993. Além disso, ele chegou à presidência da Academia Brasileira de Letras em 1996 e foi um dos fundadores do Partido Socialista Brasileiro.
As contribuições de Houaiss para a cultura brasileira são inestimáveis. Ele foi o criador de duas das mais importantes enciclopédias do Brasil, a Delta Larousse e a Miradouro Internacional, e trabalhou incansavelmente na elaboração do dicionário Houaiss da língua portuguesa, considerado um dos mais completos já publicados no país. A professora Cláudia Amorim, que trabalhou com Houaiss na elaboração do dicionário, relembra a dedicação e o compromisso do professor com seu trabalho.
“Conviver com o professor Houaiss foi uma experiência muito interessante”, diz Cláudia. “Ele trabalhava até o fim em cada projeto, e era impressionante ver a sua dedicação e paixão pela língua portuguesa. Mesmo nos momentos mais difíceis, ele continuava a trabalhar com energia e entusiasmo”. Cláudia também lembra que Houaiss sempre estava comprometido com a melhoria da língua portuguesa e a unificação das regras de escrita entre os países lusófonos.
Tragiquement, Houaiss faleceu em 7 de março de 1999, aos 83 anos, deixando uma legado inesquecível. Neste 15 de outubro, completaria 110 anos, e continua a ser lembrado como o homem das palavras, defensor da cultura e da educação. Suas palavras nos convidam a ser operários da paz, da harmonia e da felicidade. “Muito obrigado. Sejam feliz. Ajudai na felicidade dos vossos, ajudai na felicidade do Brasil e do mundo”.