Dados da base de dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) revelam um aumento significativo nas importações brasileiras pela Argentina no primeiro semestre de 2025. O volume atingiu 55,4% de crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior, em um contexto marcado pela ameaça de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, prevista para ser implementada em 1º de agosto.
A Argentina, presidida por Javier Milei, figura que se posiciona de forma contrária ao presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, registrou compras de US$ 9,12 bilhões em produtos brasileiros entre janeiro e junho. No período correspondente de 2024, o valor total era de US$ 5,87 bilhões.
Dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) argentinos confirmam a posição do Brasil como principal parceiro comercial do país, responsável por 14,8% das exportações argentinas e 25,2% das importações em junho de 2025.
O comércio exterior entre Brasil e Argentina é impulsionado por produtos como trigo, carros e peças automotivas, de acordo com o Indec. Vale lembrar que, no Dia da Libertação, em 2 de abril de 2025, o então presidente americano, Donald Trump, impôs tarifas sobre produtos importados de 184 países e territórios, incluindo a União Europeia, Brasil e Argentina. O Brasil e a Argentina se destacaram com a menor taxa imposta, de 10%.
No entanto, em carta enviada a Lula no dia 9 de julho de 2025, Trump anunciou a intenção de impor uma sobretaxa de 50% sobre a importação de produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Entre os motivos citados, estão a perseguição judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes relacionadas a empresas de tecnologia americanas e práticas comerciais “injustas” do Brasil em relação aos Estados Unidos.
