Certificações em Segurança Digital: Impulsionando Carreiras no Brasil

A busca por profissionais experientes em segurança digital se intensifica, impulsionando as certificações nesse campo como um requisito essencial em processos seletivos. Pesquisas indicam que empresas valorizam candidatos com validadão técnica reconhecida internacionalmente. O Brasil, por sua vez, enfrenta o desafio de suprir uma lacuna de quase 800 mil talentos em tecnologia até 2025.
Dados da ISC², organização global dedicada à segurança da informação, revelam que 70% dos empregadores do mundo consideram as certificações um fator decisivo na hora de contratar. Esse dado reforça a ideia de que diplomas acadêmicos, embora importantes, já não são suficientes para atender à velocidade das mudanças tecnológicas. Para especialistas, a certificação comprova o domínio de práticas aplicáveis no dia a dia, funcionando como um passaporte para acelerar a contratação em diversos setores da tecnologia.
No Brasil, a demanda por profissionais de TI entre 2021 e 2025 pode atingir 797 mil, com destaque para áreas que exigem conhecimento em defesa digital, auditoria e governança, segundo a Brasscom. Em meio a ataques cibernéticos cada vez mais sofisticados e regulamentações mais rigorosas, o país precisa de especialistas capazes de lidar com incidentes, realizar auditorias e garantir conformidade com normas como a LGPD.
A evolução das certificações ocorre em diferentes etapas de carreira. Para iniciantes, opções como a CompTIA Security+ validam competências básicas e permitem o ingresso em centros de operações de segurança. Profissionais intermediários buscam formações como a Certified Ethical Hacker (CEH), que foca na identificação de vulnerabilidades, ou a ISO/IEC 27001, direcionada à implementação e auditoria de sistemas de gestão de segurança da informação. Para quem atua em cargos de liderança, títulos como a CISSP (Certified Information Systems Security Professional) e a CCISO (Certified Chief Information Security Officer) se tornaram referências. Cada credencial possui exigências específicas, o que exige dos candidatos um planejamento cuidadoso de sua trajetória profissional.
A escolha da certificação ideal depende do estágio da carreira e dos objetivos profissionais de médio prazo. Algumas exigem experiência comprovada em áreas específicas da segurança da informação, enquanto outras servem como porta de entrada para iniciantes. O modelo de renovação contínua garante que os profissionais se mantenham atualizados com as melhores práticas globais, essencial em um cenário de ameaças em constante evolução.
Preparar-se para conquistar uma certificação exige disciplina. Guias oficiais de estudo, cursos preparatórios e simulados práticos são recursos populares. Plataformas de treinamento oferecem modelos de provas e exercícios que simulam as condições reais dos exames, auxiliando na gestão do tempo e na identificação de pontos a serem melhorados. Além disso, a manutenção do título requer atualização constante, por meio de cursos adicionais ou obtenção de créditos de educação, garantindo que o conhecimento não se torne obsoleto.
A valorização das certificações não se limita ao currículo. Recrutadores relatam que profissionais certificados apresentam adaptação mais rápida, conseguem entregar resultados consistentes em menor tempo e demonstram maior capacidade de alinhar controles de segurança às estratégias corporativas. Para empresas, isso se traduz em redução de riscos, fortalecimento de políticas de governança e maior eficiência operacional. Já para os profissionais, o impacto se reflete em salários mais competitivos e maior mobilidade no mercado.
A tendência é que, nos próximos anos, as certificações deixem de ser apenas um diferencial e passem a ser pré-requisito em editais de contratação, programas de estágio e até mesmo em seleções internas. Em um ambiente regulatório mais exigente e com a intensificação de ataques cibernéticos, organizações estão expandindo políticas de incentivo, como bolsas de estudo e reembolso de exames, para acelerar a qualificação de suas equipes.
Esse movimento confirma que a corrida por credenciais oficiais não se restringe apenas aos profissionais de tecnologia, mas envolve também gestores e executivos que precisam compreender os impactos da cibersegurança no planejamento estratégico. A evolução das ameaças digitais obriga a construção de times preparados não apenas para atuar em resposta a incidentes, mas também para desenvolver políticas de DevSecOps, implementar controles em ambientes de cloud security, gerenciar identidades digitais e aplicar técnicas de forense digital em investigações corporativas.
Em suma, o avanço das certificações reflete a maturidade crescente do mercado e a necessidade urgente de formação técnica sólida. Com déficit global superior a 4 milhões de especialistas, a equação entre demanda e oferta depende de programas estruturados de capacitação e de um compromisso contínuo dos profissionais em investir em aprendizado. Para quem deseja se posicionar de forma competitiva, a mensagem é clara: investir em certificações em cibersegurança deixou de ser uma opção e tornou-se caminho inevitável para garantir espaço e relevância no mercado.