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Câmara de Vereadores pede R$ 1,5 milhão à Prefeitura em meio à crise e cortes de serviços públicos

Enquanto a população enfrenta os efeitos da contenção de gastos, Câmara solicita verba milionária à Prefeitura — parte do valor seria usada para cobrir aumentos salariais de vereadores.

Em meio à crise financeira e à suspensão de serviços públicos decretada pela Prefeitura de Paraguaçu Paulista, veio a público um documento que causou revolta entre os moradores. No ofício, a Câmara Municipal, por meio de seu presidente Fábio Santos, solicita à Prefeitura o aporte de R$ 1,5 milhão para cobrir despesas internas — incluindo, segundo apurado, o pagamento de aumentos salariais aos próprios vereadores.

A revelação surge em um momento delicado, no qual a administração municipal alega falta de recursos para manter repartições e programas essenciais. Na mesma semana em que farmácias municipais chegaram a ser fechadas e outros serviços suspensos, a solicitação de repasse milionário foi encaminhada, sem detalhamento claro sobre sua destinação.

Entre os valores citados, constam R$ 5 mil destinados à RádiAtiva e R$ 419 mil sem discriminação específica de uso, conforme documentos oficiais. A ausência de transparência sobre esses gastos reforça o sentimento de indignação popular e levanta dúvidas sobre a prioridade do uso do dinheiro público.

A população, que já sofre os impactos diretos da contenção — como redução de atendimentos e limitações em serviços básicos —, vê o pedido da Câmara como um desrespeito e uma afronta ao momento de crise. Para muitos moradores, a atitude revela descompasso entre o discurso de austeridade e a prática política local.

Entidades e cidadãos pedem que o Ministério Público apure a legalidade do pedido de verba suplementar e a possível utilização de recursos para fins que não atendem ao interesse público. A expectativa é de que o caso seja amplamente debatido, com divulgação transparente de todos os documentos e justificativas formais.

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