Conselho da Paz da Noruega cancela Prêmio Nobel da Paz
O Conselho da Paz da Noruega, composto por 17 organizações independentes, anunciou na última sexta-feira (24) o cancelamento da cerimônia que estava prevista para entregar o Prêmio Nobel da Paz à líder oposicionista venezuelana María Corina Machado.
A decisão do conselho se baseou na justificativa de que o prêmio não se alinhava com os valores da instituição. Em declaração, Eline H. Lorentzen, presidente do Conselho, afirmou que a decisão foi difícil, mas necessária para manter a fiel adesão aos próprios princípios e ao amplo movimento pela paz que eles representam. “Estamos ansiosos para celebrar o Nobel da Paz novamente nos próximos anos”, completou.
A cerimônia foi cancelada após a entrega do prêmio a Corina, que lhe foi concedida por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo venezuelano e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia. Machado dedicou o prêmio ao “povo sofredor da Venezuela” e ao presidente americano Donald Trump, também indicado ao Nobel. Ela afirmou que Trump “merece o prêmio” por suas ações “decisivas para colocar a Venezuela à beira da liberdade”.
O Conselho da Paz da Noruega enfatizou que continua comprometido com seus valores, que incluem a paz, o desarmamento, o diálogo e a resolução de conflitos de forma não violenta. A Casa Branca reagiu criticando o comitê do Nobel por, segundo o governo americano, “colocar a política acima da paz” ao não premiar o republicano.
Machado, que já foi acusada por Maduro de apoiar uma invasão estrangeira no país, reforçou que continuará lutando pela redemocratização da Venezuela e pela libertação de presos políticos. O ditador Nicolás Maduro atacou a opositora chamando-a de “bruxa demoníaca”, em um pronunciamento durante uma marcha em comemoração ao Dia da Resistência Indígena. “Queremos paz, e teremos paz — mas uma paz com liberdade e soberania”, disse o presidente.
A reação de Maduro ao anúncio do prêmio é apenas mais uma das várias críticas feitas por ele à líder oposicionista. Em um ataque pessoal, o ditador a chamou de “bruxa demoníaca” em referência a uma figura do folclore venezuelano. A crítica de Maduro é apenas mais um capítulo de uma longa história de violência política e repressão no país.



