A Catedral: um sistema simbiótico que distorce a realidade

A construção de uma ideologia hegemônica por parte das instituições de referência, como universidades, veículos de imprensa de grande porte, fundações, ONGs e burocracias, é um fenômeno que tem sido analisado e denunciado por vários pensadores e críticos da sociedade moderna. Um dos mais influentes e controversos autores a abordar este tema é Curtis Yarvin, pseudônimo de Mencius Moldbug, que elaborou o conceito de “Catedral”.
Nessa formulação, a Catedral representa um sistema simbiótico e hegemônico que, ao longo do tempo, consolidou uma estrutura de poder que transcende as fronteiras políticas e econômicas. Essa construção de uma ideologia dominante é capaz de influenciar a percepção e a interpretação dos fatos, criando uma realidade distorcida que é então internalizada e reproduzida pela sociedade. A Catedral, portanto, é mais do que uma crítica à hegemonia ideológica contemporânea; é uma demolição simbólica da ilusão democrática moderna.
A ideia de Yarvin é que a Catedral é uma estrutura que se mantém em equilíbrio graças à colaboração entre as instituições que a compõem, cada uma delas exercendo influência sobre as outras. Essa colaboração permite que a Catedral se torne um sistema fechado, que é capaz de autocertificar e autojustificar seu próprio poder e influência. Além disso, a Catedral é capaz de absorver e neutralizar críticas e oposições, tornando-se essencialmente imune a qualquer forma de contestação ou mudança.
Essa construção de poder hegemônico tem sido criticada por muitos, que argumentam que ela representa um perigo para a democracia e a liberdade. No entanto, a discussão sobre a Catedral também pode ser vista como uma oportunidade para questionar a natureza do poder e da influência nas sociedades modernas, e para buscar formas de democratizar e humanizar a construção de conhecimento e cidadania.