Eduardo Bolsonaro Acusa Hugo Motta e Paulinho da Força de Serem “Bonequinhas” de Alexandre de Moraes
Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo estado de São Paulo, lançou duras críticas ao presidente da Câmara, Hugo Motta, e ao colega de plenário, Paulinho da Força, em um vídeo publicado em uma rede social. Ele os acusou de serem “bonequinhas” do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente Motta por ter decidido pautar seu processo de cassação.
Segundo Eduardo Bolsonaro, ele ultrapassou o limite de faltas permitidas pelo regimento e sua cassação é uma consequência direta da atuação de Motta. Ele questionou a decisão de Motta de pautar o processo, afirmando que o presidente da Câmara prefere “cerrar fileiras” com o ministro Alexandre de Moraes, cedendo às ameaças dele. “Eu não sei por que essa sanha das pessoas de serem ‘bonequinhas’ do Alexandre de Moraes”, afirmou.
Eduardo Bolsonaro também atacou Paulinho da Força, afirmando que ele “deve ficar trocando WhatsApp” com o ministro Alexandre de Moraes, estendendo o ataque de “boneca” do ministro. Em resposta, o parlamentar chamou Eduardo Bolsonaro de “muito ingrato” e disse ter trabalhado muito no “PL da Dosimetria” para ajudar o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A crítica a Paulinho foi feita em outro trecho do vídeo, em que Eduardo Bolsonaro afirmou que o deputado “deve ficar trocando WhatsApp” com o ministro Alexandre de Moraes. Em resposta, Paulinho da Força chamou Eduardo Bolsonaro de “muito ingrato” e disse ter trabalhado muito no “PL da Dosimetria” para ajudar o pai. “Primeiro, é uma ingratidão enorme, porque estou ajudando pessoas que se colocaram nessa situação, de estarem presos por causa desse radicalismo deles. Segundo, é duro responder a um idiota. Como é que eu vou responder a um idiota como ele?”, questionou em entrevista ao Estadão.
Há dois dias, Motta afirmou que pautaria o processo de cassação de Eduardo Bolsonaro no plenário da Câmara por ter ultrapassado o limite de faltas permitidas pelo regimento. Há a expectativa de que a votação ocorra na próxima semana.
Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde fevereiro articulando com autoridades norte-americanas a defesa do pai. Motta baseou a decisão em um parecer de que a presença física no Congresso é obrigatória, mesmo com os atuais meios eletrônicos. O registro remoto deveria ser apenas uma exceção.
Em meados do mês passado, a Primeira Turma do STF aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Eduardo Bolsonaro por supostamente coagir a Justiça brasileira no processo contra Bolsonaro na ação que apurava uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo a PGR, o material probatório apresentado inclui declarações públicas feitas pelos denunciados em redes sociais, além de informações extraídas de celulares apreendidos em medidas cautelares autorizadas pelo STF.
Eduardo Bolsonaro teria “ameaçado autoridades judiciárias e de outros poderes, sugerindo que poderiam acionar sanções de autoridades norte-americanas para dificultar ou comprometer a vida civil das pessoas envolvidas, caso os processos não fossem concluídos conforme seus interesses, ou caso não fosse aprovada uma anistia que favorecesse Jair Bolsonaro no Congresso Nacional”.
